Em artigo, Vanessa Clemente, advogada especialista em direito digital, também elenca os riscos mais comuns ao ter os dados expostos
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Imagem criada por IA (Inteligência Artificial) via Chat GPT. |
Em uma rotina cada vez mais digital, onde até o cafezinho da tarde pode ser pedido por aplicativo, é comum esquecermos que cada clique, curtida e cadastro, deixa rastros digitais que dizem muito sobre nós.
Seja ao acessar uma loja virtual ou aplicativo para realizar uma compra ou usar redes sociais, você está compartilhando informações pessoais, como nome completo, CPF, e-mail, endereço, localização, IP (Internet Protocol), preferências de consumo, hábitos de navegação, dados bancários e até mesmo dados sensíveis, como informações sobre raça, etnia e dados de saúde.
Mas a pergunta que poucas pessoas fazem é: Onde estão esses dados agora? Quem está usando e para o quê?
Na realidade, os seus dados, muitas vezes, não ficam apenas com o serviço ou empresa que você compartilhou, eles podem ser enviados para fornecedores, empresas do mesmo grupo econômico ou até mesmo serem compartilhados com o governo para uma finalidade específica.
Por isso, é importante sempre verificar se a empresa que você vai compartilhar as suas informações possui pelo menos:
Aviso de Privacidade, que é um documento que informa, de forma clara e acessível, como a empresa coleta, usa, compartilha, armazena e protege dados pessoais;
DPO (Encarregado pelo Tratamento de Dados Pessoais), que atua como um canal de comunicação entre a empresa, os titulares (você) e a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados);
Canal de Comunicação, que pode ser utilizado para você solicitar alguma informação, correção, exclusão ou acesso aos seus dados;
Medidas de Segurança da Informação, que servem para proteger seus dados pessoais.
E por qual motivo você deveria se preocupar com isso?
Simplesmente, porque esses dados revelam quem você é, o que você gosta, onde vive, seus hábitos e preferências, deixando de forma clara e acessível. Essas informações podem ser utilizadas para influenciar, manipular ou até te prejudicar, caso caia em mãos erradas.
Estes são os 4 riscos mais comuns ao ter seus dados expostos:
Com o acesso aos seus dados, criminosos conseguem aplicar golpes como abertura de contas bancárias fraudulentas, contratação de empréstimos em seu nome, compras online indevidas, além de tentativas de extorsão e clonagem de WhatsApp.
Há casos de pessoas que descobriram dívidas em seu nome sem nunca terem feito qualquer transação, sendo um resultado direto do uso indevido de seus dados pessoais.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), publicada em 2018, trouxe regras importantes para aumentar a transparência e proteger o cidadão, mas a LGPD, por si só, não é suficiente se não existir a conscientização das pessoas sobre o assunto.
A conscientização é o primeiro passo! Antes de preencher um formulário online ou baixar um aplicativo, pense:
- Essa informação é realmente necessária aqui?
- Faz sentido um aplicativo de lanterna querer acessar seus contatos ou localização?
Os seus dados valem muito! Eles são usados para prever comportamentos, vender produtos, influenciar decisões, inclusive políticas.
Saber onde estão e quem os detém é, hoje, uma forma de cidadania digital.
Por fim, se a sua empresa busca não apenas conformidade, mas também transformar a privacidade em um diferencial competitivo, conte com o apoio de um escritório especializado em privacidade e proteção de dados.