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O boom das ‘’canetas do emagrecimento’: saiba se é seguro e para quem é indicado

O emagrecimento ainda tem forte influência comportamental, sendo assim, se em paralelo à medicação não houver uma mudança de estilo de vida, tudo voltará ao ponto inicial - isso na melhor das hipóteses

Foto: Freepick

Coluna Nutrição Modo On (Por Grazi Fernandes): As canetas conhecidas popularmente por promover um emagrecimento rápido, vem se tornando cada vez mais famosas e discutidas no âmbito da saúde e da estética. Em especial, o Ozempic - nome comercial do princípio ativo Semaglutida - e o Mounjaro - nome comercial do Tirzepatida.

Este último, considerado como concorrente do Ozempic, será comercializado oficialmente no Brasil, a partir de junho de 2025, autorizado pela Anvisa.

Para que eles foram criados?

Se trata de medicamentos injetáveis semanalmente, desenvolvidos para tratar o diabetes tipo 2, que agem sobre os hormônios insulina e glucagon, bem como a sensação de saciedade e ao controle glicêmico.

Importante salientar que as canetas não são recomendadas em bula para perda de peso.

Mas, afinal, elas emagrecem ou não?

Estudos clínicos realizados em 2021 observaram que pacientes que utilizavam o Ozempic para controlar a Diabetes, apresentaram uma significativa redução de peso. Isso levou os pesquisadores a estudarem mais a relação da medicação com o emagrecimento destes indivíduos.

E, de fato, teve uma resposta cientifica importante: sua ação principal no organismo consiste em estimular a produção do hormônio GLP1 que é secretado na presença de alimento no estômago e intestino gerando mais saciedade.

Notem, portanto, que com a administração deste medicamento, a secreção deste hormônio ocorreu sem a presença de alimento. Portanto, não comendo ou comendo pouco, a medicação por si só gerou saciedade e retardou o esvaziamento gástrico, reduzindo assim os níveis de glicose no sangue após as refeições.

Com isso, a informação mais importante a ser transmitida é que: as "canetas de emagrecimento’’ não reduziram gordura corporal por conta própria ou queimaram gordura no tecido adiposo de forma direta, mas elas forçaram um DEFICIT CALÓRICO, ou seja, o emagrecimento ocorreu por conta da redução da ingestão calórica.

Até aqui, não vejo milagres, até porque, toda dieta para gerar um emagrecimento precisa ter um déficit calórico.

Então não preciso fazer dieta?

Calma lá, jovem! O emagrecimento ainda tem forte influência comportamental, sendo assim, se em paralelo à medicação não houver uma mudança de estilo de vida, com dieta adequada e bem distribuída, tudo voltará ao ponto inicial - isso na melhor das hipóteses.

Vale salientar que a medicação não é administrada para sempre e provavelmente a fome vai aumentar ao seu término.

Além de ser de alto custo financeiro, pode apresentar efeitos colaterais, como enjoo, náuseas, reações no local da injeção, fraqueza, tonturas, e para indivíduos que não estão em um cenário de sobrepeso ou obesidade, os colaterais podem ser mais agressivos como desequilíbrio de micronutrientes e degradação muscular. 

Essa medicação não é para ficar bonito sem roupa!

Em suma, a medicação tem sim sua aplicabilidade e pode ser revolucionária para reduzir os índices de obesidade. A Organização Mundial de Saúde afirma: a obesidade é um dos mais graves problemas de saúde que temos para enfrentar.

Em 2025, a estimativa é de que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade, isto é, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 30.

É crucial enfatizar que qualquer medicação deve ser prescrita e utilizada sob a supervisão de um profissional de saúde qualificado e respeitando a individualidade de cada paciente, juntamente com suas condições de saúde específicas - e isso vale para dietas também!



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