Os riscos de consumir alimentos fora da data de validade

Nutrição Modo On: nova medida que poderia alterar a regra do prazo de validade dos alimentos movimentou as redes sociais na última semana; leia mais na coluna da nutricionista Grazi Fernandes

Foto: Agência Brasil 

Nutrição Modo On: Na última semana, um tema aqueceu as discussões entre governo e oposição: uma proposta, que partiu da Associação Brasileira dos Supermercados (ABRAS) e que estaria sendo cogitada nos bastidores, poderia alterar a regra do prazo de validade dos alimentos, devido ao seu encarecimento. O IPCA, indicador oficial de inflação no Brasil, encerrou 2024 em 4,83%, com impacto maior no grupo de alimentos e bebidas, que acumulou alta de 7,69% em 12 meses.

O governo já descartou essa possibilidade de alterar a regra da validade, mas um questionamento ficou no ar: será que dá para consumir alimentos após a data estipulada? E o que esse indicador realmente significa?

A data de validade, que consta em todos os alimentos que compramos, tem como objetivo garantir a integridade deste alimento levando em consideração a preservação de suas características físicas, aroma, textura, sabor, teor de nutrientes, sem que haja alterações que possam comprometer a segurança ou qualidade para o consumidor final.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a data de validade é o período em que o alimento é seguro para consumo. Ela indica quando o alimento começa a se deteriorar e não mais atende aos padrões esperados, cuja responsabilidade é do fabricante.

As regras gerais para a marcação de prazo de validade na rotulagem estão previstas pela RDC Nº 727, 01/07/2022.

Como funcionaria

Hoje, no rótulo dos alimentos, encontramos a informação: ‘’válido até x data’’.

A proposta não teria a responsabilidade de afirmar uma data específica, como é feito hoje, mas sugerir uma possibilidade de validade como ‘’consumir preferencialmente até x data’’.

Com isso, mercados ganhariam mais tempo em prateleira e uma menor reposição deste produto, mas em contrapartida, aquele alimento poderia não estar mais apropriado para consumo, apresentando deterioração e, especialmente, redução de nutrientes.

Como isso poderia baratear os alimentos, eu não sei, uma vez que uma menor reposição gera uma menor produção pela indústria e menor oferta de alimentos.

E sabemos que tudo que fica em escassez, fica mais caro - e nem precisa ser economista para deduzir!

Mas como o intuito aqui é a integridade do alimento para o consumidor, fica a dica: toda vez que for comprar alimentos, certifique se ele está dentro de sua validade; observe através de embalagem a sua colocação; certifique que alimentos in natura estão com boa qualidade visual e aroma.

Em casa, quando tiver aquele pãozinho de forma mofado dentro do saco, descarte todo o pacote, pois embora você não veja, o fungo já enraizou para as demais fatias. O mesmo com as frutas!

Não é recomendado cortar a parte estragada e comer o resto, pois o processo de deterioração já iniciou.

Tenha muita atenção em suas compras, pois infecções ou intoxicações alimentares podem levar a morte! Comida é coisa séria! Nutrição é saúde pública!
 
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