EDITORIAL | O caos em Cotia após tempestade e eleições

Eleições 2024, tempestade de outubro e chuvas de novembro: três fatores que parecem distintos, mas não são

Foto: Anderson Fernandes / Cotia e Cia 

Por Neto Rossi e Rudney Oliveira

A tempestade que atingiu a cidade de Cotia e boa parte da Região Metropolitana de São Paulo, no dia 11 de outubro, deixou rastros de destruição. Hoje, quase um mês depois do evento climático, muitas ruas ainda se encontram com troncos de árvores, galhos e enormes crateras – e o mesmo acontece dentro de algumas escolas da rede municipal.

Os problemas não param de chegar na redação do Cotia e Cia. Todos os dias, dezenas de moradores fazem contato para relatar a situação em que seus respectivos bairros se encontra.

Como se não bastasse, nesta primeira semana de novembro, a chuva não deu trégua, o que aumentou ainda mais as dificuldades. Um dos principais problemas são as ruas tomadas por lama.

Até o dia 5 de outubro, havia máquinas e funcionários de obras em diversos pontos da cidade e algumas vias já passavam por pavimentação. Porém, a Secretaria de Obras abandonou alguns desses locais.

O motivo? Coincidência ou não, as máquinas das obras sumiram logo após o dia 6 de outubro, dia das eleições municipais, que elegeram Welington Formiga (PDT) como o próximo prefeito de Cotia.

A candidata da atual gestão, Ângela Maluf (PSD), não conseguiu se eleger nem mesmo com todo o apoio da máquina pública. A derrota nas urnas parece ter feito com que os problemas vivenciados pela população de Cotia se agravassem.

Com isso, o pós-tempestade juntou-se com o pós-eleição e com as chuvas de novembro. O resultado foi o abandono da cidade, com as árvores ainda ocupando diversas vias, moradores ilhados por conta das lamas em suas ruas e até crianças não conseguindo ir até a escola devido a esses problemas.

Há um detalhe nessa história toda que não podemos deixar de mencionar. Três dias depois da tempestade, o prefeito Rogério Franco decretou situação de emergência em Cotia pelo prazo de dois meses.

Sabe o que isso significa – ou deveria significar? Na prática, com a situação de emergência declarada, as secretarias municipais deveriam adotar, de imediato, as providências destinadas à realização de obras e contratação de serviços em caráter emergencial, visando ao restabelecimento de serviços essenciais e recuperação de áreas atingidas. Leram bem?
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