Abuso sexual: rede criminosa usava até Roblox para se aproximar de crianças, diz MP

Operação, que cumpriu mandados nessa quinta (31), visa desarticular uma ampla rede criminosa que produz material de abuso sexual infantil; 11 foram detidos 

Jogo Roblox. Foto: Reprodução 

Uma ampla rede criminosa envolvida na produção, no armazenamento e compartilhamento de material de abuso sexual infantil, conhecido como CSAM (Child Sexual Abuse Material), utiliza jogos como o Roblox para entrar em contato com crianças e adolescentes.

É o que revela a Operação Lobo Mau, desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público (MP), e pela Polícia Civil do Estado de São Paulo. A operação foi deflagrada nesta quinta-feira (31) na região de São José do Rio Preto, interior de São Paulo.

As investigações revelaram uma extensa rede criminosa, onde adultos, disfarçados de jovens em plataformas digitais e até mesmo em jogos como Roblox, se aproximavam de crianças e adolescentes para induzi-los a produzir conteúdo de nudez e sexo, que depois era compartilhado em grupos fechados de mensagens.

“A denominação da operação [Lobo Mau] refere-se justamente ao criminoso predador sexual que se esconde atrás de uma fachada de normalidade para se aproximar da vítima, ganhar a confiança dela e depois atacá-la, situação que é potencializada enormemente no ambiente virtual, onde as pessoas não se veem”, diz o MP.

PRISÕES

Durante a operação Lobo Mau, seis pessoas foram presas em municípios de São Paulo e outras cinco permanecem sob investigação no estado. As equipes cumpriram 94 mandados de busca em 20 estados brasileiros e no Distrito Federal.

Ao todo seis prisões aconteceram em municípios do estado de São Paulo, sendo duas em Campinas, três em São José do Rio Preto e uma em Mirassol. Outros cinco suspeitos tiveram objetos apreendidos, foram ouvidos e liberados, permanecendo na condição de investigados.

Aparelhos eletrônicos apreendidos durante a operação. Foto: Polícia Civil 

A ação contou com Polícias Civis e Ministérios Públicos do Acre, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Rio Grande do Sul e Sergipe. A ação também conta com o apoio das Polícias Militares de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso.

Dispositivos eletrônicos e outros equipamentos utilizados para a produção e armazenamento do conteúdo foram apreendidos para análise forense e as autoridades esperam que a ação contribua para a identificação de outros envolvidos na rede, além de reforçar a necessidade de atuação conjunta e contínua no combate a esse tipo de crime.
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