Duas famílias que não têm para onde ir continuam morando no local com suas vidas em risco; OUTRO LADO: Construtora não respondeu
Foto de um dos apartamentos enviada ao Cotia e Cia |
A Defesa Civil de Cotia interditou, na última sexta-feira (25), um prédio do condomínio Duo Granja Viana, localizado na Estrada Manoel Lages do Chão, por apresentar grandes rachaduras em sua estrutura.
Ao todo, 13 famílias tiveram que deixar seus apartamentos de imediato. No entanto, sem ter para onde ir, nem todas conseguiram evacuar o local.
O Auto de Notificação para Desocupação de Área foi emitido pela Secretaria Municipal de Habitação e Urbanismo. O documento pede para que os moradores desocupem o local de forma imediata até que a estrutura do prédio seja reformada com as devidas manutenções.
De acordo com o síndico do condomínio, Diogo de Oliveira, o problema – que já era de conhecimento da construtora responsável pelo empreendimento - se agravou nos últimos meses. Segundo ele, existe um processo na Justiça que vem se desenrolando desde 2019 e, até agora, sem nenhuma solução.
“Temos um processo contra a construtora desde 2019, por: serviços mal realizados, problema com laje, com assoreamento do terreno e estrutura do prédio como um todo. Só que se agravou muito de seis meses para cá. As trincas e rachaduras pioraram muito”, explicou Diogo ao Cotia e Cia nesta quarta-feira (30).
“Queríamos uma resposta da construtora para que pudéssemos ficar mais tranquilos. As situações foram se agravando e nos sentimos abandonados”, desabafa o síndico.
Imagem enviada ao Cotia e Cia |
E é nesse estado de abandono que as famílias também se encontram. O apartamento de Eloíza Silva, por exemplo, fica no térreo. Ela disse ao Cotia e Cia que seu imóvel não foi muito afetado, mas teve de sair mesmo assim.
“Eu estou na casa da minha mãe. Eu ainda consegui trazer minhas coisas para cá. Mas tem duas famílias dentro do prédio que não têm para onde ir e a estrutura começou a ceder de cima para baixo”, comenta.
Uma dessas famílias que não tem para onde ir é a de Cristiane Soares. Ela, que mora com o marido, uma filha de 14 anos e mais dois gatos, relata que ficou em choque quando recebeu a notícia sobre a interdição do prédio.
OUTRO LADO
A empresa responsável pela construção do empreendimento é a Atec Empreendimentos. Cotia e Cia fez contatos por e-mail e rede social, mas não houve retorno dentro do prazo estipulado.
“Eu estou na casa da minha mãe. Eu ainda consegui trazer minhas coisas para cá. Mas tem duas famílias dentro do prédio que não têm para onde ir e a estrutura começou a ceder de cima para baixo”, comenta.
Uma dessas famílias que não tem para onde ir é a de Cristiane Soares. Ela, que mora com o marido, uma filha de 14 anos e mais dois gatos, relata que ficou em choque quando recebeu a notícia sobre a interdição do prédio.
Eu não tenho para onde ir. A única irmã que eu tenho, o apartamento dela é pequeno. A casa da minha mãe está alugada. Por isso, a gente ainda está lá no prédio. Estou procurando casa ou apartamento para sair de lá
OUTRO LADO
A empresa responsável pela construção do empreendimento é a Atec Empreendimentos. Cotia e Cia fez contatos por e-mail e rede social, mas não houve retorno dentro do prazo estipulado.
O QUE DIZ A SECRETARIA DE HABITAÇÃO DE COTIA
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Habitação e Urbanismo de Cotia informou que recebeu uma solicitação para realizar uma vistoria no bloco 2 do Condomínio Duo Granja Viana, na última sexta-feira.
No local, após inspeção visual pelo engenheiro responsável, a pasta disse que verificou-se a presença de várias rachaduras na região central, ao longo de todos os pavimentos do edifício. "Ademais, o síndico informou que essas rachaduras estavam aumentando e que estavam escutando estalos provenientes da estrutura", disse.
Ainda de acordo com a secretaria, apesar da posição das rachaduras não indicarem possível colapso global do prédio em virtude de recalque, entendeu-se que a conjuntura dos indícios verificados poderia "apontar para um cenário com possibilidade de rápido agravamento nessas rachaduras com consequente colapso local de estruturas (parede ou laje, por exemplo)".
"Assim, para evitar que qualquer morador pudesse ser atingido por eventual colapso local de alguma estrutura (parede ou laje, por exemplo), entendeu-se pela necessidade de interdição do bloco até que a construtora responsável realizasse as reformas estruturais de manutenção ou até que ela emitisse Laudo com ART atestando a segurança total da estrutura", concluiu.