Mesmo sendo crime, prática se perpetua, eleição após eleição.
Quem for identificado realizando compra ou venda de votos pode cumprir até 4 anos de pena e pagar multa. Mas isso não impede a prática, que anda se perpetuando eleição após eleição.
No entanto, como funciona na prática? Quem recebe pode ter o sigilo do voto violado? Quem paga, consegue saber se você votou ou não no candidato?
Essas foram algumas perguntas que me fizeram pesquisar sobre o assunto e elencar algumas estratégias usadas para fraudar a democracia. Mas lembre-se: a fraude só funciona se o eleitor aceitar e votar no candidato.
- 1- Foto e comprovante
Uma foto do título eleitoral antes e o comprovante da votação depois. Essa é uma forma de pressionar o eleitor a se comprometer com o corruptor. Em muitos casos, há constrangimento e dizem saber se a pessoa votou ou não no candidato.
- 2. Dizer que saberá se o eleitor votou de fato no candidato
Apesar de não ser possível quebrar o sigilo do voto através de foto do título ou mesmo do comprovante de votação, é possível saber o número de votos em cada seção eleitoral, mas não quem de fato votou ou não. Isso é usado para amedrontar o eleitor e forçá-lo a votar em quem está pagando.
- 3 Foto ou vídeo na urna
Embora seja proibido usar o celular ou qualquer outro aparelho eletrônico na cabine, há candidatos que pedem para que eleitores gravem o momento do voto para se certificar que o voto foi para eles.
- 4 Questionar como o candidato está na foto da urna
Embora pareça algo sem sentido, é comum pessoas que compram votos pedirem ao eleitor que diga a cor da roupa ou se o candidato está sorrindo ou não na foto de urna para que "comprove" que votou nele ou nela.
Mas isso é facilmente encontrado no site do TSE, onde tem todas as fotos de urna.
- 5 Cadastros
Mecanismos legais também são utilizados para a compra de votos. A contratação em massa de pessoas para participar da campanha e cadastrá-la com número do título de eleitor, além de toda sua família. Com isso, o trabalhador fica de forma implícita tendo que votar no candidato.
Essas são só algumas das artimanhas usadas.
Há quem defenda: "receba de que der e vote em quem quiser". Acredite, candidatos que compram votos, trabalham com margem de erro, ou seja, sabem que tem eleitor que não vai votar nele, mas a tática ainda funciona, pois muitos, as vezes intimidados ou não, continuam votando em quem paga.