Documento pede a recondução da diretora ao cargo na E.E Zacarias; Iris Reis foi afastada por dispensar alunos após queimadas na cidade
EE Zacarias, em Cotia. Foto: Google Maps |
Um abaixo-assinado virtual, lançado nessa terça-feira (17), repudia o afastamento da diretora da Escola Estadual Zacarias Antônio da Silva, em Cotia. Iris de Oliveira Reis foi afastada do cargo, na última segunda-feira (16), após ter dispensado alunos do período noturno em razão do forte cheiro de fumaça causada por incêndios na região, na semana passada.
O documento, até a publicação desta reportagem, já contava com 2.550 assinaturas. “O desligamento da diretora é arbitrário e atenta contra o bom funcionamento da escola. Reivindicamos a anulação da cessação e a recondução da professora à função de diretora”, diz trecho da petição virtual (VEJA AQUI NA ÍNTEGRA).
ENTENDA O CASO
O caso foi divulgado em primeira mão pelo Cotia e Cia no final da tarde de ontem. Uma nota divulgada por um grupo de alunos e responsáveis afirma que Iris foi desligada depois de ter dispensado os alunos do período noturno, nos dias 11 e 12 de setembro.
A nota diz que, “apesar das circunstâncias excepcionais”, a diretora Iris foi afastada de seu cargo “devido à falta de comunicação prévia sobre a decisão”. De acordo o grupo, a decisão da Diretoria de Ensino foi “extremamente injusta”.
“A ausência de comunicação formal ocorreu em um momento de emergência, fora do horário de expediente da Diretoria de Ensino de Carapicuíba”, justificou a nota. “A premiação e o reconhecimento da escola pelo seu excelente desempenho refletem o esforço e comprometimento de toda a equipe, tornando ainda mais questionável a decisão de penalizar a diretora em situações imprevisíveis e fora de seu controle”, complementa (leia a nota na íntegra no final da reportagem).
Dispensar alunos por conta das queimadas é uma recomendação da própria Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP). Em nota enviada ao Cotia e Cia, na semana passada, a Seduc-SP disse que as escolas devem “adotar medidas que garantam a segurança e conforto de todos alunos e funcionários”, exemplificando o ocorrido na E.E Zacarias.
Cotia e Cia tentou contato com a diretora Iris, mas não houve retorno. Nas redes sociais, a comunidade escolar criou um perfil para cobrar explicações e justiça para a diretora.
O QUE DIZ A SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE SP
Procurada pelo Cotia e Cia nesta terça (17), a Seduc-SP afirmou que instaurou um procedimento para avaliar todas as circunstâncias relativas ao caso citado pela reportagem.
"Constatada qualquer irregularidade", disse a pasta, "os envolvidos serão responsabilizados, conforme as diretrizes estabelecidas pela secretaria".
Questionada novamente sobre quem seriam os envolvidos, a secretaria explicou que "desde a diretora até a Diretoria de Ensino de Carapicuíba".
LEIA A NOTA DO GRUPO DE ALUNOS E RESPONSÁVEIS
"No dia 11 de setembro de 2024, fortes queimadas nas proximidades da Escola Estadual Zacarias Antônio da Silva, em Cotia-SP, geraram uma densa nuvem de fumaça que afetou a escola e causou mal-estar em diversos alunos. Em resposta a essa situação emergencial, a diretora Iris decidiu dispensar os estudantes para evitar problemas respiratórios.
No dia seguinte, 12 de setembro, a situação se agravou: a fumaça retornou por volta das 22h26, atingindo novamente a escola com grande intensidade. A quantidade de fumaça e fuligem tornou a permanência na escola inviável, destacando as difíceis condições enfrentadas.
Apesar das circunstâncias excepcionais, a diretora Iris foi cessada de seu cargo devido à falta de comunicação prévia sobre a decisão. É crucial destacar que a Escola Estadual Zacarias Antônio da Silva é reconhecida como uma das melhores do Estado. A decisão de afastar a diretora Iris parece extremamente injusta, considerando que a ausência de comunicação formal ocorreu em um momento de emergência, fora do horário de expediente da Diretoria de Ensino de Carapicuíba. A premiação e o reconhecimento da escola pelo seu excelente desempenho refletem o esforço e comprometimento de toda a equipe, tornando ainda mais questionável a decisão de penalizar a diretora em situações imprevisíveis e fora de seu controle."