Medida foi publicada pelo governo de SP; determinação vale para os estoques de alimentos produzidos desde 30 de julho
Ostras. Imagem ilustrativa / Alina Skazka / Pexels |
O Governo de São Paulo proibiu, em todo o estado, a venda de moluscos bivalves, como mariscos, mexilhões e ostras, provenientes das cidades de Peruíbe, Cananeia, Itanhaém e Praia Grande, no litoral paulista. A determinação vale para os estoques de alimentos produzidos desde 30 de julho.
Após recomendar a suspensão do consumo, o governo estadual publicou um comunicado sobre a proibição do comércio de moluscos no Diário Oficial.
MAS POR QUAL MOTIVO ESSES ALIMENTOS FORAM PROIBIDOS?
Segundo o governo, a medida foi tomada em função da presença de microalgas tóxicas Dinophysis acuminata, causadoras do fenômeno conhecido como Maré Vermelha, nas águas das quatro cidades.
Segundo a nota técnica, foram coletadas amostras em praias dos municípios entre os dias 28 de julho e 5 de agosto. A concentração das microalgas estava acima do valor máximo permitido nas praias de Guaraú, em Peruíbe; Balneário Gaivotas, em Itanhaém; Canto do Forte, em Praia Grande; e, por fim, Itapitangui, em Cananeia.
De acordo com o governo estadual, a microalga pode produzir uma toxina diarreica, que tende a se acumular em organismos marinhos filtradores, como mexilhões e ostras, podendo causar intoxicações alimentares quando consumidos.
O QUE É A MARÉ VERMELHA?
A Maré Vermelha é um fenômeno natural que ocorre em mares e oceanos de todo o mundo, caracterizado pela proliferação excessiva de algas microscópicas, conhecidas como dinoflagelados. Essas algas possuem pigmentos que dão uma cor avermelhada ou marrom-avermelhada à água, daí o nome do fenômeno.
Essas manchas de coloração vermelha podem se espalhar por grandes áreas marítimas e são geralmente visíveis a olho nu, podendo cobrir a superfície da água por quilômetros. Além da coloração característica, a Maré Vermelha também pode ser identificada pelo odor desagradável que pode exalar, devido à decomposição das algas.
Embora as algas responsáveis pela Maré Vermelha sejam encontradas naturalmente em todos os oceanos do mundo, em certas condições, como altas temperaturas da água, alta concentração de nutrientes e águas calmas, sua proliferação pode se tornar excessiva e desencadear o fenômeno. Essa superpopulação de algas pode causar impactos negativos no ecossistema marinho, afetando a vida marinha e até mesmo a atividade humana.
As toxinas produzidas pelas algas durante a Maré Vermelha representam um risco para a saúde humana, podendo contaminar moluscos e peixes consumidos pelos seres humanos. Além disso, a mortandade de peixes, mamíferos marinhos e aves pode ocorrer em decorrência da redução do oxigênio na água causada pela decomposição das algas.