Justiça torna réu funcionário de clínica acusado de torturar paciente até a morte em Cotia

Jarmo Celestino de Santana, de 55 anos, foi gravado amarrado em uma cadeira, antes de morrer.


A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) e tornou réu o funcionário da clínica de terapia Efatá, acusado de torturar um paciente até a morte no início do mês em Cotia.

Matheus de Camargo Pinto é acusado de torturar Jarmo Celestino de Santana e responde ao crime preso preventivamente. O julgamento ainda não foi marcado.

Matheus tem 24 anos e era monitor da Comunidade Terapêutica Efata, no bairro do Aguassaí em Cotia, havia duas semanas. Ele confessou à polícia que bateu em Jarmo, além disso há registro de um áudio que ele menciona ter ficado até com a mãe inchada "cobri no cacete, pagar de bravo... cobri no pau, estou com a mão toda inchada".

Jarmo tinha 55 anos e era paciente da clínica. Ele estava internado à força por decisão da família, desde 5 de julho. A morte dele foi confirmada no dia 8 de julho, quando acabou levado ferido, por funcionários da Efata, a um Pronto Socorro em Vargem Grande Paulista.

Réu afirmou que teve ajuda:

Matheus afirmou no seu interrogatório à polícia que teve a ajuda de outras pessoas para imobilizar Jarmo. Disse que o casal Cleber Fabiano da Silva e Terezinha de Cássia de Souza Lopes da Conceição, que são enfermeiros e donos da Comunidade Efata, o ajudaram a conter o interno. Ao G1, a defesa dos dois negou e alegou que eles não viram e nem participaram da tortura.

Matheus ainda mencionou que outras quatro pessoas (sendo quatro agentes de remoção de pacientes de uma empresa terceirizada e dois monitores da clínica) participaram diretamente das agressões contra o paciente. Segundo ele, o grupo ainda deu remédios para o interno ficar calmo.

Apesar disso, o relatório final da polícia e a denúncia do MP só apontaram Matheus como o único autor da tortura que matou Jarmo.


*Com informações do G1.
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