Ataque homofóbico contra Ângela Maluf não partiu da oposição; veja o que diz a Polícia Civil

Publicação foi feita nas redes sociais em fevereiro deste ano; suspeito foi indiciado e caso agora segue para o Ministério Público

Vice-prefeita de Cotia Ângela Maluf. Foto: Redes Sociais 

A Polícia Civil de Cotia instaurou um inquérito para apurar uma publicação de cunho homofóbico contra a vice-prefeita de Cotia, Ângela Maluf (PSD), que também é candidata à Prefeitura da cidade nas eleições de 2024.

A publicação, veiculada nas redes sociais em fevereiro deste ano, trazia o seguinte questionamento: "Você evangélico bolsonarista colocaria uma mulher macumbeira e lésbica para cuidar da cidade de cotia?(sic)”. 

A publicação, assim como a página que a criou, foi removida logo em seguida.

Publicação preconceituosa contra Ângela Maluf foi removida logo em seguida. Imagem: Reprodução

“INTUITO DE ME HUMILHAR PUBLICAMENTE”

Ângela Maluf, na ocasião, chegou a registrar um Boletim de Ocorrência (B.O). Ao citar o teor preconceituoso da mensagem, a vice-prefeita disse que tal ataque tinha como alvo a sua “pretensa candidatura com intuito de cometer injúria racial e me humilhar publicamente”.

Na época, Ângela já se colocava como pré-candidata à Prefeitura de Cotia.

O QUE DIZ A INVESTIGAÇÃO

A investigação, que foi instaurada e conduzida pelo delegado de Cotia, Adair Marques, identificou o suspeito do ataque.

Diferentemente como foi divulgado na época, de que a publicação teria partido da oposição, já que nela citava o nome do candidato Welington Formiga (PDT), a polícia diz o contrário.

De acordo com o relatório final, que Cotia e Cia teve acesso, o suspeito é ligado ao governo municipal e filiado ao PSD, mesmo partido de Ângela Maluf e do prefeito Rogério Franco.

Veja abaixo um trecho do relatório final:

"Percebe-se que o indiciado é pessoa relacionada no meio político local. Aliás, naquele período (fevereiro/2024), é fato que já havia articulações de cunho político para a escolha informal de candidatos e coligações para o pleito eleitoral municipal que se avizinha. Ao que parece, a publicação tinha o objetivo de sondar e influir a população a uma escolha que, talvez, fosse do agrado do indiciado naquele momento. Ademais, como ele mesmo confirma, a filiação de ÂNGELA MARIA MALUF ao seu partido ocorreu apenas no mês de março de 2024, ou seja, mais de um mês depois."

O suspeito já foi ouvido em interrogatório e foi indiciado pelos crimes de injúria racial e injúria preconceituosa. O caso agora será apreciado pelo Ministério Público.

Procurada pela reportagem por meio de sua assessoria, Ângela Maluf não quis comentar o caso.


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