Funcionário de clínica de reabilitação é preso em Cotia por tortura após morte de paciente

Jarmo Celestino de Santana, de 55 anos, foi gravado amarrado em uma cadeira, antes de morrer.

Foto: Reprodução / G1

A polícia prendeu nesta segunda-feira (8) Matheus de Camargo Pinto, de 24 anos, acusado de torturar um paciente na Comunidade Terapêutica Efata que fica no bairro Aguassai, em Cotia.

Um vídeo gravado na última sexta-feira aparece Jarmo Celestino de Santana, de 55 anos preso em uma cadeira com as mãos amarradas. Ao menos quatro rapazes riem da situação.

Além disso, há ainda o registro de um áudio em que Matheus relata a agressão "cobri no cacete, pagar de bravo... cobri no pau, estou com a mão toda inchada". 

Ouça abaixo:

Com lesões pelo corpo, Jarmo foi levado a um pronto atendimento em Vargem Grande Paulista na segunda-feira (8), porém a equipe médica constatou a morte dele em seguida.

O caso foi relevado após a GCM ser acionada para atender a ocorrência de lesão corporal no pronto atendimento. Com as informações colhidas no local, dois funcionários da clínica foram levados a delegacia de Cotia para esclarecimentos.

Matheus foi preso em flagrante pelo crime de tortura. Nesta terça-feira (9), ele passou por audiência de custódia na Justiça, que converteu a prisão em flagrante dele em preventiva, ou seja, sem prazo. A pena, caso seja condenado é de 8 a 16 anos. 

Outros funcionários da Comunidade Terapêutica Efata serão investigados pela polícia para saber se eles participaram da tortura ou foram omissos ao não impedi-la. 

A polícia apura se eles trabalham na clínica ou se são empregados de alguma empresa terceirizada responsável pela remoção do paciente até o local.

Ao site G1, a advogada a advogada Terezinha Azevedo, que defende os interesses do casal Cleber e Terezinha, donos da Comunidade Terapêutica Efata, declarou eles só souberam pela polícia que o paciente foi torturado e morreu.

"No dia da tortura, era o dia da folga deles [proprietários da clínica], mas existem pessoas responsáveis, tinha esse menino aí [Matheus] que estavam confiando nele, ninguém havia feito reclamação nenhuma", afirmou Terezinha. "Agora que nós ficamos sabendo que esse cara é torturador, é cruel."

O Cotia e Cia questionou a prefeitura de Cotia se a clínica funciona de forma legalizada, caso haja retorno será acrescentado aqui.

O Cotia e Cia não conseguiu contato com a defesa de Matheus, o espaço segue aberto para manifestações.

*Com informações do G1.
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