Segundo a família, Amilton Gerin, 64, passou dois dias na unidade sem os devidos cuidados, sem nem ao menos alimentação via oral ou intravenosa
Hospital Municipal de Ibiúna. Foto: Google Street Views |
Amilton de Lara Gerin, de 64 anos, foi internado na emergência do Hospital Municipal de Ibiúna na madrugada de sábado (18). A suspeita era de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Após receber os primeiros atendimentos, os familiares foram informados que o idoso necessitava de uma tomografia e avaliação com neurologista. Porém, segundo os parentes, o hospital não possuía nenhum desses recursos.
Amilton entrou na fila da Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) para aguardar transferência a um hospital que oferecesse o suporte que ele necessitava. Enquanto aguardava, a família disse que o paciente foi mantido em uma sala de observação sem os devidos cuidados.
“Foram feitas duas tentativas de passagem de sonda nasogástrica, porém, sem sucesso. Ele permaneceu da 10h30 do dia 19/05/2024 até às 16h do dia 20/05/2024 sem alimentação via oral e intravenosa”, denunciou a família na ouvidoria da unidade hospitalar.
Ainda de acordo com os familiares, o hospital de Ibiúna não oferece “nem ao menos uma cirurgia para passagem de sonda”. “[O hospital] não oferece neurologista, tomografia, apresenta superlotação e poucos profissionais com recursos precários. Por falta de atendimento adequado, ele apresentou piora no quadro clínico”, relatou.
TRANSFERÊNCIA
Após ter aguardado por todo esse tempo sem atendimento adequado na unidade, conforme relatado na denúncia, Amilton foi transferido, no final da tarde dessa segunda-feira (20), para o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) para a especialidade de neurologia.
Procurada pelo Cotia e Cia, a Secretaria Estadual da Saúde informou que a inserção de pacientes na regulação estadual é realizada pelos municípios ou unidades de origem, “que também são responsáveis pela definição de prioridade dos casos e por atualizar constantemente o quadro clínico no sistema, bem como mantê-los assistidos e estáveis previamente, além de providenciar transporte adequado para deslocamento seguro quando a transferência é necessária”.
A reportagem entrou em contato com o Hospital Municipal de Ibiúna, por meio da assessoria de imprensa da prefeitura, mas não obteve retorno.