Nova Raposo: entidades criam movimento contra o projeto que prevê pedágios na rodovia

Dezenas de associações do Butantã realizaram uma reunião e manifestaram repúdio contra o projeto; veja mais detalhes do movimento

Foto: Governo de SP

Entidades e associações do bairro Butantã, em São Paulo, repudiaram o projeto ‘Nova Raposo’, que prevê a instalação de seis pedágios na rodovia Raposo Tavares, no trecho que corresponde de Cotia até São Paulo.

De acordo com a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), a tarifa dos pedágios será cobrada no sistema “free flow” (fluxo livre), sem que o motorista precise parar para fazer o pagamento. O serviço também permite que o valor cobrado seja por distância percorrida (veja mais detalhes do sistema free flow aqui). 

Nesse domingo (14), houve uma reunião online com mais de 60 pessoas ligadas a dezenas de associações, entre elas, a Rede Butantã e a Rede Ambiental Butantã, além de conselheiros do CADES Butantã e do Conselho Participativo Municipal. O objetivo é criar um movimento contra o projeto do governo de São Paulo.

Durante o encontro, as organizações destacaram que não houve consulta pública e nenhuma alternativa de transporte público de massa. Além disso, elas reforçaram que a obra impactará diversos bairros e a supressão de milhares de árvores.

“Não houve consulta pública nem audiências divulgadas. Esse projeto impacta terrivelmente bairros residenciais e arborizados, como o Jardim Previdência e demais bairros do Butantã, e mostra uma mentalidade atrasada, rodoviarista, nada sustentável”, disse o diretor de relações externas da Amapar (Associação dos Moradores Amigos do Parque Previdência), Sérgio Reze.

Para Martha Pimenta, da Rede Butantã, movimento que atua na região há mais de 20 anos, é fundamental ter mecanismos de consulta que permitam a participação da população “que tem ainda acesso difícil e restrito à internet”. “[Parte da população] passa duas horas no ônibus só na Rodovia Raposo Tavares para trabalhar no centro, sempre congestionada com carros com um único tripulante. Faz 20 anos que pedimos a faixa exclusiva de ônibus e nada foi feito", argumenta.

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TOQUE DE CAIXA

Conforme já publicado pelo Cotia e Cia, a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) realizou apenas dois encontros presenciais para falar do projeto: no dia 28 de março, no auditório do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER), e 3 de abril, na Câmara Municipal de Vargem Grande Paulista.

Diante disso, as entidades repudiaram a falta de informação e cobraram mais transparência do poder público estadual. Durante a reunião, vários moradores e lideranças manifestaram “que é um absurdo” um projeto dessa dimensão ser feito “a toque de caixa sem respeitar as diretrizes do Estatuto da Cidade”, que determinam “o pleno acesso às informações e controle desde as etapas iniciais pela sociedade civil interessada”.

"NOVA RAPOSO NÃO!"

Por fim, os participantes da reunião decidiram criar um movimento amplo, chamado “Nova Raposo, não!”, para impedir o avanço do projeto e que o Poder Público, em âmbito municipal e estadual, retroceda o processo em curso. “É preciso o cumprimento integral das diretrizes legais que norteiam os processos participativos e o direito democrático de controle social”, concluiu Ângela Baeder, do CADES Butantã.

Participam do movimento e assinam manifesto as seguintes entidades:

Amigos da Mata Esmeralda;
⁠Amigos do Conjunto Residencial Butantã
Associação Amigos Casa do Bandeirante (AACB);
Associação Cultural da Comunidade do Morro do Querosene;
Associação de Moradores do Jardim Christie;
Associação de Moradores da Rua Ministro Costa e Silva e Adjacências;
Associação de Moradores da Comunidade Cidade Nova Piemonteses;
Associação dos Amigos de Alto dos Pinheiros (SAAP);
Associação dos Amigos da Praça João Afonso de Souza Castellano;
AMAPAR – Associação dos Moradores Amigos do Parque Previdência;
AMAPP – Associação dos Moradores e Amigos dos Predinhos de Pinheiros;
Associação Projetos Integrados de Desenvolvimento Socioambiental do Raposo Tavares;
Clube Alto dos Pinheiros;
Coletivo Corredor Ecológico Urbano do Butantã;
Coletivo Ideia Nossa;
Coletivo PQ BT18 – Parque Linear Charque Grande-Ibiraporã;
Comunidade City Pirajussara;
CPM Butantã (Conselho Participativo – Butantã);
Fórum Verde Permanente de parques, praças e áreas verdes;
⁠Movimento Defenda o Parque Previdência
⁠⁠Movimento Defenda SP
⁠Movimento de Moradia Cohab Raposo
Movimento Parque Chácara do Jóquei;
Movimento Parque Linear Caxingui;
Pró-Pinheiros;
Rede Ambiental Butantã (RAB);
Rede Butantã;
Sociedade Amigos da Cidade Jardim, SACJ;
SOS Bicho


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