‘Cabine Lilás’: mulheres vítimas de violência terão atendimento exclusivo da PM

Projeto está funcionando, por enquanto, na capital, mas será estendido para todo o território paulista

Foto: SSP

O Governo de São Paulo criou um programa exclusivo da Polícia Militar para atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar.

Nesta semana, segundo o governo, o projeto piloto da ‘Cabine Lilás’ começa a funcionar na cidade de São Paulo “para que a PM ofereça suporte e orientação especializada para mulheres agredidas”.

“A Cabine Lilás é um serviço operado dentro do Centro de Operações da PM (Copom), com 25 policiais femininas que foram treinadas por equipes especializadas da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) para atendimento de ocorrências e suporte a policiais que estão em campo”, explica o governo paulista.

COMO VAI FUNCIONAR

As policiais fazem o atendimento em uma cabine exclusiva para chamados de violência doméstica ou familiar. A partir do envio de equipes para os endereços das ocorrências, o Copom passa a orientar e supervisionar o serviço prestado pelos PMs às vítimas.

O Copom da PM recebe cerca de 320 chamados diários de ocorrências de violência doméstica na cidade de São Paulo. Em todo o território paulista, são mais de 1,1 mil atendimentos por dia pelo 190 a mulheres agredidas. A equipe especializada da Cabine Lilás ficará responsável por esses chamados de forma permanente, 24 horas por dia.

A vítima também será orientada sobre como registrar a ocorrência sem se deslocar até uma delegacia e como ter acesso a serviço especializado de assistência jurídica. A Cabine Lilás também dará informações que auxiliem a mulher a interromper o ciclo da violência.

“Na maioria das vezes, o primeiro atendimento é feito pelo 190. Então, é muito importante que as policiais façam esse atendimento de forma estruturada, sabendo como abordar a vítima, orientando quais os canais de denúncia e, principalmente, que ela consiga entender qual a rede de apoio à disposição”, destacou a coordenadora das DDMs, Jamila Ferrari.

A delegada destaca ainda a necessidade de políticas públicas integradas, que ultrapassem a atuação da polícia, para interromper o ciclo da violência contra a mulher.

“A gente tem que entender que a segurança pública é a porta de entrada das vítimas, mas ela nunca será a porta de saída. Para romper o ciclo de violência, a mulher precisa do boletim de ocorrência ou de uma medida protetiva e de um atendimento de qualidade. Além disso, a vítima necessita de suporte, com atendimento social e psicológico também”, completou Jamila.
Postagem Anterior Próxima Postagem