Moisés (foto em destaque) confessou o crime e foi preso em flagrante; ele ainda alegou “legítima defesa”; veja a reportagem
Moisés Serafim foi preso em flagrante |
Uma jovem de 19 anos foi brutalmente assassinada na noite desse domingo (10) na Granja Carolina, em Cotia. O autor do crime, Moisés Serafim de Almeida (foto de destaque), de 27 anos, foi preso em flagrante.
Beatriz Cristina de Souza foi morta com facadas no pescoço e com enxadadas na cabeça. Além disso, o criminoso ainda deu pedradas na vítima e jogou um botijão de gás em cima dela. Mesmo diante de tanta brutalidade, ele alegou “legítima defesa”.
ENTENDA O CASO
A Polícia Militar foi acionada para atender uma ocorrência de tentativa de roubo, já que um indivíduo estaria pulando lajes e telhados de residências do bairro.
Os policiais conseguiram entrar em uma das casas e encontraram um homem tentando se esconder.
Transtornado, ele disse aos PMs que tinha matado uma mulher momentos antes e que estava tentando fugir. O homem foi identificado como Moisés Serafim de Almeida. Os agentes foram com ele até a residência onde ocorreu o crime.
VÍTIMA ENCONTRADA
Assim que chegaram no local do crime, os PMs sentiram um forte cheiro de gás de cozinha. O Corpo de Bombeiros foi acionado e conseguiu conter o vazamento.
Depois, os agentes localizaram o corpo da vítima, caído em uma escada, com diversas perfurações e o rosto completamente desfigurado. Ela estava com a lâmina da faca presa ao maxilar, em decorrência da violência em que foi golpeada.
No imóvel, estava presente a companheira do autor do crime. Ambos foram encaminhados para a Delegacia de Cotia.
BEBIDA, BRIGA E MORTE
Em depoimento na delegacia, Moisés confessou o crime e alegou “legítima defesa”. Ele narrou que saiu do trabalho, comprou bebidas alcoólicas e foi para casa. Moisés contou que estava bebendo com sua esposa, quando Beatriz apareceu no local com uma caixa de som, “visivelmente transtornada”.
Moisés disse que Beatriz começou o ameaçar e jogou a caixa de som em cima dele. Neste momento, ele pediu para a esposa sair do local e Beatriz teria cortado a mangueira do botijão de gás, dizendo que iria “matar todo mundo”.
O autor confessou que pegou o botijão e jogou na cabeça de Beatriz. Ela desmaiou. Neste momento, ele narra que foi até a cozinha, pegou uma faca e a enfiou no rosto da vítima. A faca ficou presa no maxilar de Beatriz. Ele ainda pegou uma pedra e a jogou em cima do rosto da mulher, que já estava morta.
Moisés disse à polícia que agiu em “legítima defesa” para salvar a vida de sua mulher e de sua filha, de apenas 8 meses.
O QUE DIZ A POLÍCIA
A Polícia Civil disse que Beatriz foi “brutalmente assassinada”; que o autor utilizou uma faca, pedras, um botijão de gás e até mesmo uma enxada, golpeou repetidas vezes a vítima, “já incapaz de oferecer qualquer tipo de resistência”. Disse que praticou o crime por motivo fútil, após uma discussão.
A polícia ainda disse que Moisés não demonstrou qualquer tipo de arrependimento. Sobre a legítima defesa, argumentada pelo autor, a polícia relatou o seguinte:
A alegação do indiciado que atuou em legítima defesa para salvaguardar a vida sua esposa e filho, vai na contramão de todos os elementos angariados. Ao contrário do relatado por ele, foram encontradas diversas lesões perfuro-incisas na face da vítima, indicando que ela foi golpeada por repetidas vezes, e não de apenas uma facada. A única faca encontrada próximo a seu corpo foi a utilizada pelo autor, não sendo localizada qualquer outra faca que pudesse ter sido por ela utilizada para cortar o gás perto do local do crime
Ainda de acordo com a polícia, o próprio indiciado relatou que, após o primeiro golpe, a vítima já caiu indefesa, “inexistindo neste caso qualquer possibilidade de que ela representasse algum perigo”. Contudo, conforme a polícia, “ele continuou com as agressões que culminaram em sua morte”.
“Foi constatada ainda uma grande variedade de lesões provenientes de instrumentos variados, demonstrando que o agressor teve tempo de alternar entre os instrumentos, já que a vítima não oferecia qualquer resistência”, concluiu.
O crime foi registrado na Delegacia de Cotia.