Pacientes são removidos de clínica clandestina em Cotia após denúncias de maus-tratos

Local tomado por sujeira abrigava 10 homens, entre eles, 3 idosos ; não havia nenhum tipo de assistência médica; valor da mensalidade chegava a R$ 1,4 mil; VEJA FOTOS

Ação foi realizada pela Polícia Civil, GCM e Prefeitura de Cotia. Foto: Divulgação

Uma clínica clandestina de reabilitação para dependentes químicos, localizada no bairro Caputera, em Cotia, foi denunciada por maus-tratos. No local, tinham dez homens, entre eles, três idosos, que supostamente estavam em recuperação.

A clínica se chama Associação Grupo de Apoio a Dependentes de Drogas e Familiares (AGADEF). Após denúncias, a Polícia Civil, o Ministério Público, a Guarda Civil Municipal (GCM) e agentes da Prefeitura de Cotia foram até a casa de recuperação nesta terça-feira (3) e constataram diversas irregularidades.

Segundo a polícia, o local estava completamente insalubre, com pacotes de pães vencidos, roupas sujas espalhadas pelo chão e sem a presença de um profissional da saúde.

Um residente da clínica disse à polícia que ele mesmo cuidava da alimentação dos pacientes, no entanto, no fogão, havia apenas uma panela com arroz misturado com carne. Ele também disse que era o responsável pela medicação e que os próprios internos cuidavam da limpeza.

As vítimas relataram que estavam sem contato com seus familiares há mais de dois anos.

As dez pessoas foram removidas do local. Segundo a polícia, elas foram entregues a seus familiares.

De acordo com a ocorrência, após quatro horas de espera, o proprietário da clínica clandestina, que é cadeirante, e o coordenador compareceram no local. Eles foram autuados em flagrante e conduzidos até a delegacia para prestarem depoimento.

Durante o interrogatório, eles disseram que o local abriga pessoas carentes e dependentes químicos em processo de reabilitação. Indagados se a clínica atua no segmento filantrópico ou particular, eles responderam que o valor médio da mensalidade varia entre R$ 400 e um salário mínimo. Relataram também que a associação possui vínculos religiosos com um pastor evangélico.

Os dois foram autuados no artigo 133 (abandono de incapaz) e artigo 99 do Estatuto do Idoso (expor a perigo a integridade e saúde). Após pagamento de R$ 10 mil de fiança (R$ 5 mil cada), eles foram liberados.

Segundo a delegada titular que preside o caso, Mônica Gamboa, a situação da clínica segue sob investigação e fiscalização dos órgãos competentes. O local, segundo ela, já está desocupado. 

A reportagem não conseguiu contato com o proprietário e nem com o coordenador. O espaço segue aberto para manifestações.

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