Ao todo, nove operadores de trem já foram penalizados. Segundo a empresa, eles tiveram "condutas irregulares" durante o ato
Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil |
O Metrô de São Paulo decidiu aplicar punições a nove operadores de trem da Companhia em função de faltas durante a paralisação no último dia 12 de outubro. Os serviços foram afetados em 49 estações, com interrupção total nas linhas 1-Azul, 3-Vermelha e 15-Prata e operação com velocidade reduzida na Linha 2-Verde. A companhia também avalia outros casos e não descarta novas punições.
Cinco funcionários foram demitidos, um foi suspenso por 29 dias e outros três, que contam com estabilidade sindical, suspensos sem remuneração para serem submetidos a inquérito perante o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que irá apurar a ocorrência de falta grave e decidir pela consequente demissão.
Segundo o Metrô, a decisão foi baseada em provas compostas por imagens, áudios e relatórios que indicaram a conduta irregular dos nove profissionais. A direção da Companhia avaliou que a paralisação “atendeu apenas a interesses privados e descumpriu a legislação por ter sido implementada sem aviso prévio e sem qualquer autorização neste sentido pela assembleia da categoria dos metroviários”.
Em suas defesas, os nove funcionários alegaram à empresa que a paralisação foi um protesto contra advertências enviadas a três operários da Linha 2-Verde. O Metrô disse que tais medidas não implicavam em demissão ou redução salarial, sem esclarecer o motivo das repreensões.
O sindicato da categoria classificou as demissões como injustas e convocou os trabalhadores para uma assembleia.
"Entendemos que essa atitude intempestiva, arbitrária e antissindical é uma tentativa de enfraquecer uma categoria que está na linha de frente da luta contra o projeto do governador de privatizar todos os serviços públicos", disse o sindicato dos metroviários.
O Metrô nega que as punições tenham qualquer relação com a greve de 3 de outubro, que foi contra a possível privatização da companhia.