Sítio do Mandú será restaurado: entenda cada etapa do projeto

Iphan realizou uma visita técnica no casarão colonial, situado em Cotia, para que seja iniciada a elaboração do projeto de restauro; veja


Sítio do Mandú, em Cotia. Foto: Juliano Barbosa / Prefeitura de Cotia


Arquitetos contratados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) estiveram, na manhã dessa segunda-feira (3), o Sítio do Mandú, no bairro Parque Monjolo, em Cotia, para uma vistoria na estrutura do casarão e do seu entorno.

O intuito da vistoria é para que seja iniciada a elaboração de um projeto de restauração e de construção de um anexo (onde é casa do caseiro) com sanitários, espaço de convívio para visitantes e de apoio para os colaboradores que zelam pelo local.

A vistoria foi acompanhada por uma representante do próprio Iphan, a também arquiteta, Raquel Nery. A chegada da equipe foi recepcionada pelo Secretário de Turismo de Cotia, Nelson Broering, e pelo historiador Marcos Martinez, o professor Marcão.

ETAPAS DO PROJETO

A vistoria no casarão colonial teve como objetivo identificar necessidades imediatas de manutenção e restauro e, a partir daí, elaborar um projeto de intervenção.

A arquiteta Raquel Nery explicou que o projeto será dividido em duas etapas: a fase de contratação de projeto de arquitetura e engenharia e a fase de contratação de uma obra completa de restauro. “Hoje, o Iphan tem recursos para contratar o projeto de restauro, o projeto da pequena edificação anexa de sanitários e apoio ao visitante e uma obra de conservação”, explicou.

Raquel disse que para este ano foi contratada a elaboração do projeto e uma pequena obra de conservação. Segundo ela, no ano que vem, o Iphan terá recursos para contratar os projetos complementares de engenharia.

Vistoria do Iphan foi recepcionada pelo secretário de Turismo de Cotia, Nelson Broering, e pelo historiador Professor Marcão. Foto: Juliano Barbosa

Os projetos complementares, explicou a arquiteta, contemplam a parte elétrica, hidro sanitário e sistema de segurança. “Com estes dois pacotes de serviços, que são arquitetura, restauro e anexo, e os complementares, nós temos os subsídios para contratar a obra completa para cá. É o início deste projeto completo que começa hoje com a contratação destes profissionais [arquitetos]”, completou.

OS ARQUITETOS

Os arquitetos Alexandre Franco Martins e Karina Galdi serão os responsáveis pela elaboração do projeto de restauração da Casa Bandeirista e das intervenções no entorno. Todo o trabalho será subsidiado pelo conhecimento do arquiteto Juca Pires.

“Já tenho uma história com este local porque fui responsável técnico pelo restauro contratado pelo Iphan, como Termo de Ajustamento de Conduta da Dersa, há uns 15 anos. [...] minha presença como apoio técnico com um olhar de executante da obra, estou olhando como alguém que enxerga a intervenção como obra para poder subsidiar os arquitetos de projetos no desenvolvimento da próxima intervenção”, explicou.

O secretário de Turismo de Cotia, Nelson Broering, comemorou a primeira etapa do projeto de restauração do Mandú. “Queremos colocar este local para funcionar, para receber visitantes o mais breve possível. Teremos um trabalho enorme pela frente para mostrarmos esta riqueza histórica para Cotia, para o Estado e para o Brasil”, disse.

Sobre o Sítio do Mandú

Feita em taipas de pilão, acredita-se que a casa tenha sido construída no século XVII e tem características das Casas Bandeiristas. O casarão foi redescoberto em 1942 quando o arquiteto Eduardo Kneese de Mello encontrou o imóvel em uma das propriedades adquiridas por seu pai, o imóvel era uma casa sede de fazenda. O Sítio do Mandú, bem como uma área de 2 mil metros de proteção ambiental, foi doado ao Iphan que fez o seu tombamento em janeiro de 1961. O imóvel foi entregue à Prefeitura de Cotia em 2006 e, a partir daí, recebeu diversos projetos de visitação. No momento, está fechado à visitação.

O casarão do Mandú tem planta retangular, tem quatro quartos, duas varandas sendo uma na fachada e uma aos fundos do imóvel, um quarto de hóspede e uma espécie de sótão no vão entre o telhado e o forro. O telhado é de quatro águas e todos os cômodos se abrem para o salão central do imóvel. Um dos compartimentos do imóvel funcionava como capela e parte do altar foi restaurada e ainda permanece no local.

 

 

 

 

 

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