Titãs revive canções e leva público ao delírio com shows em SP | Análise

Neto Rossi e Rudney Oliveira, do Cotia e Cia, foram ao show do Titãs em dias diferentes e trouxeram a emoção que sentiram com a maior banda do rock brasileiro

Titãs em show comemorativo no Allianz Parque. Foto: Reprodução

Fui assistir ao show do Titãs no sábado (17), segunda noite da turnê comemorativa dos 40 anos da banda. Um reencontro magnífico e, para mim, ainda inexplicável. Cerca de 50 mil pessoas lotaram o Allianz Parque, em São Paulo, para ver a banda de Rock mais consagrada do Brasil.

“A gente está realizando esse reencontro aqui nessa cidade onde tudo começou”, disse Arnaldo Antunes, antes de cantar a clássica ‘Comida’.

Foram duas horas de show. 32 músicas. Muito tempo? Que nada. Eu mesmo pediria bis. É uma energia contagiante, que não dá vontade que acabe mais.

Titãs foi formado em 1982. Eu nasci quatro anos depois. Portanto, não cheguei a vivenciar muitas coisas citadas em suas canções. Mas a potência das músicas de Titãs é tão forte, que ela consegue te conectar com um passado mesmo não tendo o vivenciado. E, cá entre nós, um passado nem tão distante, já que muitas situações ainda vivemos nos dias atuais.

Depois de tantos anos afastados, foi incrível a maneira como todos os integrantes juntos exalaram o espírito jovial e brincalhão no palco. E o sentimento de alegria e emoção foram mútuos, do público aos componentes da banda.

Outro fato que fez toda diferença foi o jogo de câmeras e luzes, que conseguiu “transportar” todos nós para dentro do palco. Uma sinergia que com certeza aumentou ainda mais a emoção e a sensação de estar pertinho de cada um deles.

Público foi ao delírio com as músicas da maior banda de rock do Brasil. Foto: Reprodução

BRANCO MELLO

Outra forte emoção aconteceu quando Branco Mello — um dos três integrantes que ainda estão na banda — assumiu o microfone para cantar a terceira música da noite, ‘Tô Cansado’. Ele conversou com os fãs e mencionou o tratamento pelo qual passou nos últimos anos para enfrentar um câncer na garganta.

"Estou feliz essa noite, todas essas noites, com meus velhos, queridos amigos, de uma vida toda. Fiz uma cirurgia muito grande na garganta, tirei um tumor. Só que agora estou aqui, vivo, curado, me divertindo, falando e ainda vou cantar pra vocês", disse ele, antes de iniciar a apresentação da música.

MOMENTO DE EMOÇÃO

Para um certo delírio geral do público – e meu, particularmente - o show teve o seu momento acústico, com todos os integrantes sentados em cadeiras bem à frente no palco. Titãs relembrou músicas que foram hits dos álbuns acústicos que lançou no início no fim dos anos 90 até meados de 2000, entre elas, Epitáfio, Pra Dizer Adeus e Os Cegos do Castelo.

Ainda nesse set, Alice Fromer, filha do falecido guitarrista Marcelo Fromer, juntou-se aos oito Titãs para homenagear o pai cantando "Toda cor" e "Não vou me adaptar", ao lado de Arnaldo Antunes.



DOMINGO (18/06)

No domingo, último dia da turnê comemorativa de 40 anos no Allianz Parque, foi a minha vez de fazer parte desse momento histórico e único. Destaco a qualidade do espetáculo como um todo. É inegável a qualidade técnica do show. Mesmo eu estando na arquibancada das cadeiras superior, me senti integrado ao evento e isso faz toda a diferença para a experiência.

Nas músicas, pude observar jovens e muitos idosos batendo cabeças nas canções mais agitadas. Mas vi também esse mesmo público chorando, abraçando e se emocionando em músicas acústicas.

Quando o grupo cantou a música "Marvin", o público foi a loucura e eu, como não tive como escapar da lembrança do meu já finado pai, as lágrimas caíram mesmo ao ouvir o verso da canção: " chorar vai me fazer sofrer".

Eu nasci em 1996, brinco que nasci em ano errado, as músicas que me fazem viajar são quase sempre as mais antigas. No dia 14 foi meu aniversário, e neste domingo, o Titãs me presenteou com esse show simplesmente incrível.



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