Mensagem causou pânico em milhares de pessoas, que disseram que não levariam seus filhos para a escola; ambos responderão pelo crime
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A Polícia Civil de Cotia identificou o autor de um áudio propagado no WhatsApp contendo informações falsas de um possível ataque em escolas e creches de Cotia. A mensagem causou pânico em milhares de pessoas, que disseram que não levariam seus filhos para a escola, por medo.
Na mensagem, o autor dizia para a ex-mulher não levar os filhos para a escola. Ele afirmou que havia recebido mensagens passadas pela GCM que tinha um grupo de criminosos em Cotia que ia invadir creches e escolas. O homem ainda pede para ela compartilhar o áudio com outras pessoas. E foi o que ela fez, até chegar nas mãos da polícia e também ser descoberta e levada para prestar depoimento.
Ainda no áudio, o homem complementa dizendo que no bairro Tijuco Preto, em Vargem Grande Paulista, “mataram um rapaz vestido de palhaço antes de ele cometer algum delito”. O que também é mentira, já que não houve nenhuma ocorrência desta natureza registrada.
O homem, de 30 anos, e a mulher, de 33, foram conduzidos para a delegacia na manhã desta terça-feira (11) para prestarem depoimentos. O homem confessou à polícia que veiculou mero boato que teria ouvido em seu local de trabalho, sem confirmar a fonte e a autenticidade da informação, sendo, portanto, uma fake news.
Já a mulher resolveu repassar o áudio para um grupo de oração da igreja, “no sentido de pedir oração, e não de causar pânico”. Depois que soube que o áudio continha informação falsa, pediu para as pessoas pararem de compartilhar.
AMEAÇA E ATENTADOS DESCARTADOS
A Polícia Civil de Cotia fez contato com a Autoridade Policial de Vargem Grande Paulista e foi descartada a ocorrência do suposto atentado no bairro Tijuco Preto. Além disso, a polícia afirmou que não há notícias de qualquer plano de atentado na cidade.
Os dois foram autuados no artigo 41 da Lei de Contravenções Penais, que tipifica a conduta de "Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto”. Eles assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência e devem responder juridicamente.
O delegado responsável pelo caso, Adair Marques, reforçou que a orientação da Polícia Civil é de que a população não propague notícias falsas. “Ao tomar conhecimento sobre qualquer fato criminoso, comunique imediatamente às autoridades."