Entenda como a polícia chegou aos criminosos que mataram motorista de app em Cotia

Duas irmãs e um casal de adolescentes confessaram o latrocínio do motorista de aplicativo Paulo Diniz; eles também são investigados pela Polícia Civil por outro crime semelhante; veja os detalhes na reportagem

Delegacia de Cotia. Foto: Arquivos / Cotia e Cia 



Os criminosos são os autores do latrocínio do motorista de aplicativo Paulo Stochi Diniz, 43, que teve o veículo roubado e 70% do corpo queimado. Paulo morreu no sábado (21), após dois dias de internação [VEJA MAIS DETALHES DO CASO AQUI]. 

Paulo Diniz foi vítima de latrocínio na semana passada. Foto: Redes sociais 



INVESTIGAÇÃO

A Polícia Civil de Cotia começou o trabalho de investigação logo após ser informada sobre o crime. Como os criminosos fugiram com o carro da vítima, um Toyota Rav4 de cor branca, o veículo passou a ser monitorado.

Um filho de Paulo compareceu na Delegacia de Cotia e informou que, além do carro, o grupo também estava em posse do celular de seu pai. Ele disse aos policiais que daria para saber exatamente a localização do veículo, devido a um aplicativo instalado no aparelho.

Os policiais então constataram que o grupo, a essa altura, já estava na cidade de Pirassununga, interior de São Paulo. Informados sobre a ocorrência, policiais da cidade, no entanto, não conseguiram encontrar o veículo. Mas a busca continuou.

TESTEMUNHA VOLTA AO LOCAL DO CRIME

A testemunha que encontrou Paulo pedindo socorro na Estrada do Dae, em Cotia, momentos após ter sido roubado e queimado pelos criminosos, retornou à delegacia. Ela relatou que voltou novamente ao local do crime e encontrou vários objetos parcialmente queimados, inclusive restos de roupas.

A testemunha disse ainda que encontrou no mesmo local um celular da marca Samsung, o qual levou até a delegacia. O celular estava bloqueado, mas tinha a foto de uma mulher negra, que se assemelhava às características passadas por outro motorista de aplicativo vítima de roubo, ocorrido no dia 05 de janeiro de 2023.

O delegado então oficiou às empresas de telefonia e recebeu a informação de que os chips cadastrados estavam no nome de uma mulher de 36 anos. Após apuração minuciosa, foi constatado que essa mulher era irmã de Kamilly Aguiar e de Laura Aguiar.

A polícia ainda encontrou um boletim de ocorrência registrado por Kamilly na Delegacia da Mulher de Cotia. Neste B.O. constava o nome de um adolescente de 17 anos, que seria o seu namorado. Em contato com a vítima do dia 5 de janeiro, ela reconheceu fotograficamente o casal como sendo o autor do crime.

Para o delegado responsável pelas investigações, Adair Marques Correa Júnior, essas informações eram precisas por conta das semelhanças do crime ocorrido no início do mês com as do latrocínio de Paulo Diniz.

“A gente tinha certeza que o mesmo casal era o responsável por esse novo crime, ora investigado, porque não haveria qualquer outra explicação plausível para o celular estar no local desse crime, até porque os crimes tem muita semelhança. Entre as semelhanças, cito o fato de ambas as vítimas serem motoristas de aplicativo, ambas as vítimas serem rendidas quando se deslocavam para pegar passageiro, eles usaram líquido inflamável em ambos os casos, entre outros”, relatou.

PRISÃO DOS CRIMINOSOS

Simultaneamente, os policiais continuaram monitorando o carro da vítima roubado pelos criminosos. Eles foram informados que o grupo estava fugindo para o Nordeste, na casa de parentes, e que já estaria em Minas Gerais.

Em posse das informações, a Polícia Militar de Minas Gerais e a Polícia Rodoviária Federal foram acionadas e os quatro criminosos presos momentos depois no bairro Santo Antônio, na cidade de Mato Verde, norte de Minas Gerais. Eles foram detidos na MGC-122, após um cerco montado pelos militares do 51º Batalhão da PM.

Carro de Paulo apreendido em MG. Foto: Divulgação / PMMG


Kamilly e o namorado de 17 anos foram encaminhados a um hospital da região, pois estavam com queimaduras pelo corpo.

Logo em seguida, o setor de investigações da Delegacia de Cotia passou a empreender diligências, ainda em curso, para transferir os autores da 3ª Central Estadual do Plantão Digital para Cotia.

Os quatro criminosos assumiram o latrocínio. As irmãs Kamilly e Laura passaram por audiência de custódia, nesta segunda-feira (23), e tiveram as prisões preventivas decretadas. Os adolescentes foram encaminhados à internação.
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