Número de casos registrados na cidade em 2022 é 8 vezes maior do que em 2021; veja o que está por trás do aumento da doença não só em Cotia, mas em todo o Brasil
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Nas últimas semanas, os casos de dengue no Brasil vêm ganhando destaque no noticiário nacional. São cerca de 1,4 milhão de casos até o momento, um aumento de 172,4% em relação ao ano passado. Já o número de mortes confirmadas pela doença é de 978.
Podemos sentir esse reflexo em Cotia. Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde, de janeiro a novembro deste ano foram registrados 259 casos de dengue na cidade, um aumento de mais de 700% em comparação com o mesmo período de 2021, quando o município registrou 32 casos.
Apenas nos cinco primeiros meses do ano, o município já somava 227 casos da doença. O mês que teve mais casos registrados em Cotia foi abril, com 120, seguido de maio, com 82, e março, 23.
Na época mais crítica, a Vigilância Ambiental de Cotia enviou uma nota à reportagem dizendo que realiza visitas de porta em porta, fazendo vistoria nos imóveis e orientando os moradores sobre como eliminar focos do Aedes aegypti. “Aos sábados, as equipes de agentes de saúde realizam mutirão em uma região/bairro pré-definido para fazerem as visitas às casas”, informou.
Procurada novamente pelo Cotia e Cia, a Vigilância justificou o aumento de casos dizendo que pode ter ocorrido uma possível subnotificação por alguns sintomas semelhantes , em 2021, devido à pandemia de Covid-19. "Em 2022, com a vacinação contra Covid19 - o que levou à diminuição de casos - e com o TR NS1 (teste rápido para Dengue), tivemos, além do Teste Rápido para Covid19, mais um teste para diagnóstico diferencial", explica.
O órgão também afirmou que não houve registro de morte por dengue em Cotia.
O QUE ESTÁ POR TRÁS DA EPIDEMIA DE 2022
Períodos chuvosos, principalmente no verão, aliados à diminuição da percepção de risco para a dengue, são apontados como os principais motivos que levaram à alta nos casos e mortes neste ano.
Especialistas apontam também a falta de políticas públicas para orientar e incentivar à população a combater a dengue.
O principal vetor da dengue é mosquito Aedes aegypti. O vírus é transmitido para humanos por meio da picada da fêmea do mosquito infectado. Por isso, é importante eliminar os criadouros do mosquito e, assim, evitar que ele se prolifere.
Como a previsão aponta para novamente um verão chuvoso no Brasil, a tendência, segundo especialistas, é de que a dengue siga em alta pelo menos até meados de abril de 2023.
"Para você controlar a dengue, você precisa controlar o vetor. Para controlar o vetor, você precisa da colaboração da população e de ações públicas. As ações nos municípios foram bastante diminuídas por conta da pandemia, como os 'fumacê' e as visitas dos agentes de saúde e de endemias", disse o infectologista Alexandre Naime Barbosa, em entrevista ao portal G1.
PARA ALÉM DA DENGUE
Para além da dengue, o Aedes aegypti é o responsável pela transmissão de outras doenças igualmente nocivas à saúde. Confira alguns sinais e sintomas:
Dengue: febre alta (de início imediato e sempre presente) e dores moderadas nas articulações. Manchas vermelhas e coceiras na pele podem ser apresentadas. Vermelhidão nos olhos não é um sintoma.
Chikungunya: febre alta (de início imediato e quase sempre presente) e dores intensas nas articulações em quase 90% dos casos. Manchas vermelhas na pele podem se manifestar nas primeiras 48 horas, acompanhadas de coceiras com intensidade leve em 50% a 80% dos casos. Vermelhidão nos olhos apresentada.
Zika: febre baixa, dores leves nas articulações e manchas vermelhas na pele (quase sempre presente e com manifestação nas primeiras 24 horas). Coceira e vermelhidão nos olhos também podem ser apresentadas.
Em caso de suspeita, as Vigilâncias Epidemiológicas orientam que a população procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima.
(ESSA REPORTAGEM FOI ATUALIZADA ÀS 13H16 DO DIA 28/12/2022 COM INFORMAÇÕES DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL DE COTIA)