Como o grupo que protesta na Raposo Tavares reagiu à fala de Bolsonaro | Neto Rossi

Presidente discursou nesta terça-feira (1º) por dois minutos, após 44 horas de silêncio; veja a interpretação do grupo que protesta nos dois sentidos da rodovia

Bolsonaro discursou hoje após 44 horas de silêncio. Foto: Reprodução 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um pronunciamento no Palácio da Alvorada, em Brasília, nesta terça-feira (1º) após 44 horas de silêncio. Foi a primeira vez que o chefe do Executivo falou desde que perdeu a eleição para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último domingo, 30.

No discurso de dois minutos, Bolsonaro não admitiu a derrota, falou sobre os atos que bloqueiam vias pelo País e ressaltou que os valores da direita seguem sendo representados pelo Congresso Nacional. Em nenhum momento, no entanto, citou Lula.

"Os atuais movimentos populares são fruto de indignidade e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicam a população, como invasão propriedade, destruição do patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir."

Após o pronunciamento, o grupo bolsonarista, que interdita o km 21 da rodovia Raposo Tavares nos dois sentidos, se manifestou em um grupo de WhatsApp. “O recado foi dado. Não é para tacar fogo e quebrar nada. Então tem que se organizar em pontos sem fazer bloqueio, pois não podemos parecer igual a esquerda”, escreveu um dos membros do grupo.

Outras pessoas concordaram com o comentário e acrescentaram: “Excelente. Somos civilizados” [...] “o nosso presidente quer que vamos para a rua”; “bora pra rua, Brasil”.

Um outro integrante do grupo escreveu que “precisamos criar cartazes gigantes para cobrir carretas com dizeres: INTERVENÇÃO FEDERAL JÁ! Para que apareçam nas imagens aéreas de TV.”


VEJA A ÍNTEGRA DO DISCURSO DE BOLSONARO:

Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral.

As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir.

A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade.

Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso. Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra.

Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais.

Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição.

É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde-amarela da nossa bandeira.



Muito obrigado.

Neto Rossi (@netorossi_1) é jornalista do Cotia e Cia e escreve nesta coluna
assuntos diversos sobre a cidade e a região

 

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