Crônica Envenenada #12: Extinção

“Pisando na água flamejante, sobre os rios de fogo que se formavam, as pessoas tentavam, desesperadas, recolher seus diamantes, o que, mesmo no sonho, fez-me acreditar já estarem mortas”. Leia mais uma Crônica Envenenada do poeta e escritor cotiano, Wil Delarte


                                      Imagem: Wikimedia Commons/ Jebulon/ CreativeCommons


Essa noite tive um sonho estranho. Ao que me parece, vivíamos numa espécie de cidades suspensas em montanhas, apartadas do nosso chão.

Nessas vilas, o acúmulo de ouro, joias e dinheiro, era visível, ainda que o modo de vida ali impedisse gastar essa riqueza - a produção de bens e serviços, pelo que percebi, praticamente inexistia.

Eis que surge um Dodô (a ave) em dimensões dinossáuricas, e começa a bicar os alicerces dessas montanhas e tudo começa a ruir.

Pessoas em pânico, feito tio patinhas, tentando agarrar suas moedas de ouro, desabando com as mesmas num mar de lava. Todo esse mundo foi implodido, sugado por si mesmo, diante dos meus olhos.

Pisando na água flamejante, sobre os rios de fogo que se formavam, as pessoas tentavam, desesperadas, recolher seus diamantes, o que, mesmo no sonho, fez-me acreditar já estarem mortas.

Engraçado, um Dodô, tido como um possível animal extremamente dócil e símbolo maior da nossa extinção.

Pobre, Dodô. 



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