Decisão aconteceu por videoconferência nesta quarta-feira (13); Cotia e Cia acompanhou; veja
RESUMO DA NOTÍCIA:
- CoronaVac está liberada para crianças a partir de 3 anos
-Não pode ser aplicada imunossuprimidos, que são pessoas com baixa imunidade
- Imunização será em duas doses aplicadas em intervalo de 28 dias
- Vacina é a mesma usada em adultos, sem adaptação de versão pediátrica
- Anvisa não determinou quando começa a vacinação: distribuição de doses, cronograma e alteração de planos dependem dos estados e do Ministério da Saúde.
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Por Neto Rossi
Os diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovaram por unanimidade, nesta quarta-feira (13), o uso emergencial da vacina CoronaVac em crianças de 3 a 5 anos. Atualmente, o imunizante está liberado para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos, desde janeiro de 2022. Apenas a vacina da Pfizer está disponível para crianças de 5 anos.
A reunião com a diretoria da Anvisa foi realizada e transmitida no canal da agência no YouTube. Agora cabe ao Ministério da Saúde orientar como se dará o calendário de imunização, por exemplo, envolvendo aspectos de aquisições de doses.
A diretora Meiruze Freitas, relatora do processo, foi a primeira a dar o voto favorável à aprovação do uso emergencial da CoronaVac em crianças de 3 a 5 anos, após longo discurso sobre o tema. Na sequência, os diretores Rômison Mota, Alex Campos e Cristiane Rose Jourdan seguiram a relatora e votaram também a favor do uso emergencial da CoronaVac.
Na sequência, o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, também votou favorável pela aprovação. “Essa vacina é produzida no nosso país, por instituição centenária, de credibilidade firmada e estabelecida no cenário nacional e internacional, o Instituto Butantan”, afirmou. "Destaco a ausência de opções vacinais para a faixa etária aqui debatida, o que leva à necessidade de se buscar soluções para contemplar essa relevante parcela da população”, completou Torres.
A recomendação para a faixa etária é de um esquema vacinal de duas doses, com intervalo de 28 dias, e mesma dose usada para adultos. Crianças imunocomprometidas não devem ser vacinadas por falta de informações sobre a aplicação no grupo.
A Coronavac foi a primeira vacina a ser aplicada no Brasil para iniciar a imunização dos brasileiros contra a doença. O imunizante está em uso emergencial desde 17 de janeiro do ano passado.
Estudos
A decisão foi baseada em diversos estudos nacionais e internacionais sobre a eficácia da vacina em crianças.
As pesquisas foram realizadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Instituto Butantan, além de entidades internacionais. Também foram levados em conta pareceres de sociedades médicas e das áreas de farmacovigilância e de avaliação de produtos biológicos da Anvisa.
Um dos estudos clínicos, feito no Chile, mostrou efetividade de 55% da CoronaVac contra a hospitalização de crianças que testam positivo para a covid-19. Além disso, as crianças que participaram dos estudos clínicos apresentaram maior número de anticorpos e menos reações à vacina em relação aos adultos.
No Brasil, outros dados revelaram que as reações graves após a imunização foram consideradas raras e raríssimas. A conclusão foi obtida após análise de 103 milhões de doses aplicadas no país.
Vacinação em crianças
Dados do consórcio de veículos de imprensa apontam que 13.094.879 doses foram aplicadas em crianças de 5 a 11 anos, que estão parcialmente imunizadas - o número representa quase 63,88% da população nessa faixa etária que tomou a primeira dose.
Ainda nesta faixa, 8.111.105 estão totalmente imunizadas ao tomar a segunda dose de vacinas, o que corresponde a 39,57% da população deste grupo.