Nicolas de Melo mora com a família em Cotia e aguarda cirurgia sem saber quando irá realizá-la; veja o que disse o Hospital das Clínicas ao Cotia e Cia
Nicolas Oliveira da Silva, 11 anos, morador de Cotia. Foto: Arquivo pessoal |
Por Neto Rossi
Certo dia, em 2019, quando chegou em casa do serviço, Jeciane Oliveira da Silva, moradora do Parque Turiguara, em Cotia, sentiu um odor diferente vindo do seu filho, Nicolas Oliveira de Melo, que naquela época tinha 9 anos. Ao levantar o pescoço dele e olhar para dentro de seu nariz, Jeciane viu que tinha algo estranho.
No mesmo instante, foi com ele até o Hospital Regional de Cotia, só que não tinha otorrino para atendê-lo na hora. A suspeita era de que o menino tinha colocado algo dentro do nariz. Nicolas, então, foi transferido para o Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo.
Chegando no HC, o garoto passou por alguns exames, como tomografia e ressonância magnética. Mas foi no resultado da biópsia que saiu o diagnóstico: um meningioma (tipo de tumor primário no cérebro) com extensão na fossa nasal esquerda.
Os médicos então falaram para Jeciane que esse tumor demorava anos para se desenvolver. “E a gente acreditou. Disseram que ele estava na fila de espera pra cirurgia e que era só aguardar. Aí ficamos esperando. De três em três meses eles ficavam marcando consulta, mas nada da cirurgia sair”, relatou Jeciane em entrevista ao Cotia e Cia.
Em fevereiro deste ano, Nicolas realizou outra ressonância. E o resultado foi de que o tumor havia crescido significativamente.
“Toda vez que a gente vem [na consulta] o médico dá esperança falando da cirurgia. Eu passei com ele no dia 30 de maio e o médico falou que em uma semana ligaria pra mim para internar meu filho. Assim pressionaria o hospital a fazer a cirurgia. E, até agora, ninguém ligou”, disse.
O QUE DIZ O HOSPITAL DAS CLÍNICAS
Procurado pela reportagem, o Hospital das Clínicas explicou que, em razão da demanda reprimida ocasionada pela pandemia da Covid-19, "os procedimentos cirúrgicos estão sendo agendados de acordo com a urgência e gravidade dos casos".
"O paciente [Nicolas Oliveira de Melo] segue em acompanhamento ambulatorial, tendo realizado a sua última consulta no dia 30 de maio deste ano", finalizou a nota.