Prefeito de Cotia era um dos nomes cotados para ser vice na chapa de Fernando Haddad (PT) nas eleições para o governo de São Paulo
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Por Neto Rossi
"Eu saio, saio daqui hoje com a certeza de que nós estaremos juntos aqui em Cotia até o final do mandato. Pra mim, foi uma honra poder participar desses últimos meses de um debate grandioso a nível estadual com pessoas de grande referência que me convidaram para participar de um projeto do executivo estadual [...] muitas pessoas não tiveram oportunidade de participar desses debates. Pessoas que contribuíram muito com o estado de São Paulo, como Geraldo Alckmin, como o ex-prefeito da capital e ex-ministro da Educação, hoje meu amigo pessoal que frequenta a minha casa, o Fernando Haddad [...] alguns amigos que criei ao longo desses últimos meses e que me incentivavam a participar de um projeto maior. Mas, além desse projeto, tem a nossa responsabilidade com a nossa cidade", disse Franco.
O prefeito de Cotia ainda complementou que estará no projeto de Fernando Haddad, "pois é um homem que pensa grande e que está preparado para fazer a gestão do Estado de São Paulo".
Estarei no plano de pessoas que tem responsabilidade, no projeto Brasil-São Paulo, enfrentando aqueles que prometem e não cumprem, trabalhando para que a gente possa dar condições para que a população de baixa renda volte a ter condições de fazer uma compra no mercado para, pelo menos, passar o mês; para que eles não cheguem no mercado e troquem mais a carne por ovo; que não conseguem pagar botijão de gás
CRÍTICAS A DORIA
Ainda em seu discurso, que durou mais de 20 minutos, o prefeito criticou o ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), após manobra feita nesta semana sobre a sua pré-candidatura à Presidência da República, que acabou se consolidando.
"Ontem, o que fez o ex-governador [João Doria] com o seu grupo montado de muitos anos, fazer uma manobra daquela onde a classe política fica toda zonza, a população não sabe o que está acontecendo, é uma irresponsabilidade", criticou.
Apesar da crítica a Doria, Rogério Franco também deixou a classe política, dentro e fora do governo municipal, além da população, sem saber o que estava acontecendo.
Cotia e Cia conversou com funcionários da Prefeitura de Cotia e pessoas próximas de Rogério Franco durante a semana. O clima era de nervosismo, dúvida e tensão. Ninguém sabia, ao certo, qual decisão o prefeito iria tomar hoje.
Os que tinham certeza de que ele não renunciaria, diziam que Franco, entre outros motivos, não tinha plena confiança na sua vice, Ângela Maluf, para assumir a liderança do governo.
Também haveria o risco de abrir caminhos para a oposição da cidade se fortalecer nas eleições municipais de 2024.
Já entre os que achavam que a renúncia aconteceria, o argumento era de que o prefeito fez muito pelo Partido dos Trabalhadores, já que o PT sempre esteve na base de seu governo, e que também ele traria benefícios para a cidade sendo vice-governador do Estado de São Paulo.
Entre os benefícios apontados por seus funcionários, Franco poderia, por exemplo, acelerar a licitação das obras da rodovia Raposo Tavares, que até o momento não aconteceu em razão de seu desligamento com Doria, a quem Franco chegou a declarar publicamente apoio para presidência da República.