Reportagem do Cotia e Cia foi até a Estrada Municipal do Aguassaí, no Jd. Japão, e conversou com moradores do local, que narraram a dura realidade vivida em uma cidade que progride, mas nem em todas as regiões. Confira a reportagem completa em vídeo
Bruna e seu Edvaldo, moradores do Jd Japão, em Cotia. Foto: Rudney Oliveira / Cotia e Cia |
Reportagem: Neto Rossi e Rudney Oliveira
Bairro Jardim Japão, Cotia. Até a entrada do condomínio Flores do Aguassaí, a via está asfaltada e devidamente sinalizada. Mas, ao entrar na Estrada Municipal do Aguassaí, o contraste é evidente. Rua de terra, sem iluminação pública e matos nos arredores [VEJA O VÍDEO NO FINAL DA REPORTAGEM]
Ali existem cerca de 50 moradias. São munícipes que também pagam seus impostos para terem o devido retorno dos serviços necessários. Mas não é bem assim que ocorre.
Na conta de luz da moradora Bruna Moura da Rocha, 32, a Taxa de Iluminação Pública CIP vem cobrada no valor de R$ 7,25 mensalmente. Mas não existe iluminação na via.
E o problema não está somente aí. No local, não há água encanada. Os moradores ficam na dependência do abastecimento da Prefeitura de Cotia a cada 15 dias. Bruna teve que comprar uma caixa d’água de 5 mil litros para poder utilizá-la no dia a dia.
“A gente pede água da prefeitura. A cada 15 dias eles vêm. Enche a nossa caixa de água de 5 mil litros que nós tivemos que comprar. No décimo dia, a gente já começa a diminuir a quantidade de água que a gente usa normalmente”, disse Bruna, que ainda afirmou que a Sabesp cobrou uma taxa de R$ 60 mil para fazer a devida instalação em sua residência.
A Sabesp, ironicamente, tem uma base que fica a poucos metros da casa de Bruna e a tubulação que leva água aos condomínios do bairro passa em frente a residência.
Como a água que vem da prefeitura nem sempre chega na data correta, os moradores ainda têm que contar com o apoio da chuva. No corredor da casa de Bruna, baldes e outros recipientes armazenam a água que é utilizada para fazer comida entre outras coisas.
Edvaldo Silva de Souza, de 55 anos, mora na Estrada Municipal do Aguassaí desde o final da década de 1990. Segundo ele, consta na Prefeitura que a estrada já é asfaltada e tem iluminação pública. Mas essa realidade só vai até a entrada do condomínio.
“No condomínio, tem. A gente se sente como uma pedra jogada na rua. Você não pertence a aquele mundo que está ali na frente. Para ir trabalhar de manhã aqui tem que andar com a lanterna na rua”, conta.
OUTRO LADO
Cotia e Cia entrou em contato com a Prefeitura de Cotia para buscar um posicionamento dos problemas apresentados pelos moradores nesta reportagem. Em nota, a Prefeitura de Cotia, por meio da Secretaria de Obras e Infraestrutura Urbana, informou que foi solicitado orçamento para a empresa que faz a manutenção e implantação de iluminação pública no município para atendimento do local.
Em relação à falta de rede de água, a Secretaria disse que enviou um ofício à Sabesp solicitando informações quanto à previsão de implantação do serviço para os moradores desta região.
Sobre a pavimentação asfáltica, a Secretaria de Obras e Infraestrutura Urbana informou que no segundo semestre serão feitos os levantamentos e projetos necessários para viabilização do serviço.
Já a Sabesp explicou que o bairro Jardim Japão encontra-se parcialmente dentro da área de atendimento da companhia, de acordo com contrato firmado com o município. Ressaltou, ainda que está em tratativas com a municipalidade para antecipar o prazo do atendimento da região para 2033, conforme o novo marco legal de saneamento básico.
A Sabesp informou, também, que, segundo a lei de uso, parcelamento e ocupação do solo, os loteamentos/empreendimentos situados em locais não contemplados pelo contrato firmado com o município devem custear a infraestrutura para o abastecimento de água.