Caso foi publicado pelo Cotia e Cia na ocasião; relembre
Jarilânia Melo de Assis ostentava viagens de luxo em suas redes sociais. Foto: Arquivo pessoal |
A proprietária do imóvel que funcionava um asilo clandestino dentro de um condomínio no distrito de Caucaia do Alto, em Cotia, Jarilânia Melo de Assis, já deu golpe de R$ 9 mil em aparelhos auditivos do Centro Auditivo Estilo de Vida, na Granja Viana. O caso aconteceu em março de 2021. Cotia e Cia publicou reportagem na época (RELEMBRE AQUI).
A fonoaudióloga Isabel Gandolfi, proprietária do Centro Auditivo Estilo de Vida, contou ao Cotia e Cia que Jarilânia foi no início de março levar seu filho para uma terapia fonoaudiológica. Enquanto o aguardava na sala de espera, viu que a clínica também vendia aparelhos auditivos.
Segundo a comerciante, Jarilânia apresentou exame que comprovava que ela tinha perda auditiva e resolveu comprar dois aparelhos que totalizaram R$ 9 mil. Ela deu entrada de R$ 900,00 e parcelou o restante em mais nove boletos, que seriam enviados pelo WhatsApp, mas ela não visualizou mais.
“Um dos boletos já venceu em março. Ela não pagou. Tentei contato com ela, mas ela não atendia. Peguei um funcionário e pedi para ir até o endereço dela. Aí, o funcionário ligou e disse que o porteiro [do condomínio] informou que ela estava em casa, [mas disse] que desconhece a compra de aparelhos auditivos, que ela não ia me receber e que não ia pagar boleto nenhum”, declarou na época.
Indignada com a situação, Isabel resolveu pesquisar na internet sobre Jarilânia e encontrou uma série de processos com o nome dela envolvido em casos de golpe e estelionato. “Nunca passei por uma situação dessa. Nunca. O que já aconteceu é o cliente não conseguir pagar o boleto e a gente fazer o contato e ele negociar, ter um desconto, tirar juros, enfim, mas nunca tive este problema da pessoa fugir e se recusar a receber os boletos.”
ASILO CLANDESTINO
Jarilânia é proprietária da residência em que funcionava um asilo clandestino. O local fica dentro do condomínio Colonial Village, em Caucaia. Após a morte de uma idosa de 76 anos, que estava internada na clínica, forças policiais e secretarias municipais fecharam o local e resgataram mais 25 idosos que viviam em situação precária e sob maus-tratos.
O Ministério Público e a Prefeitura de Cotia já tinham ciência que no local existia um asilo clandestino desde 2020. Naquele ano, um casal tomava conta do espaço e foi notificado pela Vigilância Sanitária sobre as inúmeras irregularidades.
Segundo Cotia e Cia apurou, o casal se desligou da clínica, mas ela continuou funcionando sob a responsabilidade de outro casal, desde março de 2021. À um oficial de Justiça, Jarilânia afirmou que esse novo casal era caseiro da chácara.
O nome de Jarilânia é citado pelo Ministério Público no processo que deu início às investigações de irregularidades no asilo. O casal, que seria o caseiro do imóvel, foi preso em flagrante na última quarta-feira (5), acusado de maus-tratos a 26 idosos que estavam em condições precárias dentro da residência de Jarilânia.
Cotia e Cia tentou por inúmeras vezes contato com Jarilânia, mas ela não atendeu e nem retornou as ligações.
ACUSADA DE GOLPES DE ALUGUEL
Jarilânia utilizava a mesma chácara onde estava o asilo para aplicar golpes em alugueis. Dezenas de pessoas já foram lesadas por ela.
Na prática, Jarilânia oferecia a chácara para temporadas e festas, mas ao fechar contrato, pegava uma quantia em dinheiro, que seria da entrada, e bloqueava as pessoas de seu telefone e também do WhatsApp.
Desde dezembro de 2017, Jarilânia está proibida de alugar a chácara para qualquer tipo de evento ou festas, mesmo que gratuitas, sob pena de multa de R$ 10 mil. A decisão da Justiça aconteceu após inúmeras denúncias de moradores do condomínio Colonial Village.
Segundo a Associação dos Proprietários do Loteamento Colonial Village, Jarilânia, mesmo com liminar, continuou alugando a chácara, e a multa subiu para R$ 30 mil em 2018.