Sindicato critica Astrazeneca de Cotia por manter funcionária condenada por assédio moral

Segundo o Sindicato dos Químicos Unificados, empresa não tomou providências mesmo após condenação da Justiça; “O Unificados cobra da empresa que se pronuncie a respeito desse caso e tome medidas efetivas para encerrar o assédio moral na fábrica”


Astrazeneca de Cotia. Foto: Google Imagens 


O Sindicato dos Químicos Unificados criticou a postura da Astrazeneca de Cotia por manter em seu quadro uma coordenadora que foi condenada, há mais de um ano, pela Justiça, por assédio moral dentro da empresa.

Em nota, o sindicato disse que a atitude da empresa “causa estranheza” e é “incoerente” com o seu discurso. “É muita incoerência por parte da empresa que utiliza como slogan de campanha ‘a melhor empresa para se trabalhar’, mas teve o processo que já foi resolvido na Justiça e, mesmo assim, não tomou providências”, disse.

Segundo a entidade, a funcionária condenada no processo continua executando suas funções normalmente dentro da Astrazeneca. “Ou seja, a empresa não adotou medidas práticas para impedir que o assédio moral continue acontecendo. O Unificados cobra da empresa que se pronuncie a respeito desse caso e tome medidas efetivas para encerrar o assédio moral na fábrica”, pontuou.

A coordenadora foi condenada a pagar R$ 3 mil de indenização a funcionária que a denunciou. No processo, a funcionária conta que sua superior gritava com ela, batia na mesa e a humilhava na frente de outras pessoas. Ela disse ainda que ela tratava outros funcionários da mesma forma.

Outras testemunhas, que também trabalhavam na época, disseram o mesmo, afirmando que a coordenadora usava de agressividade ao falar e presenciaram, por diversas vezes, discussões no ambiente de trabalho. Também disseram que o tratamento da coordenadora para com a funcionária era diferenciado, em tom mais ríspido e agressivo.

Mas em depoimento, a coordenadora negou as acusações. Ela disse que é o jeito dela em falar alto com as pessoas e, se precisasse falar em particular, conversava com ela ou com qualquer outro funcionário em ambiente fechado.

Para a Justiça, “restou satisfatoriamente comprovado pelas provas orais colhidas, corroborando com as afirmações da funcionária, no sentido de que sofria com o tratamento ríspido e inadequado de sua superior”.

“Inequívoco, portanto, o sofrimento moral decorrente da exposição vexatória e humilhante a que foi submetida a reclamante, ante o tratamento ríspido e inadequado da coordenadora do departamento”, diz trecho da condenação.

Cotia e Cia procurou a assessoria de imprensa da Astrazeneca e questionou mais detalhes sobre a política interna da empresa, no que diz respeito a denúncias envolvendo assédio moral. A reportagem indagou também se a atitude da Astrazeneca em manter a coordenadora, mesmo condenada, em seu quadro de funcionários, era coerente com a decisão da Justiça.

Até a publicação desta reportagem, não houve retorno.







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