Procon-SP quer proibir pagamento de delivery na entrega

O Procon-SP registrou um aumento de mais de 136% nas reclamações sobre golpes aplicados por entregadores de apps de comida.


O Procon-SP estuda medidas para que as empresas responsáveis pelos aplicativos de delivery estabeleçam que os pagamentos sejam feitos apenas de forma online – cobranças no ato da entrega ficariam proibidas. A iniciativa acontece diante do aumento observado nos casos de golpes aplicados por entregadores.

O Procon-SP registrou um aumento de mais de 136% nas reclamações sobre golpes aplicados por entregadores de apps de comida. De janeiro a julho deste ano, foram registrados 341 atendimentos contra as empresas Ifood, Rappi e Uber Eats, no mesmo período do ano passado foram 144. Até o mês de julho deste ano, Ifood teve 123 reclamações, Rappi, 124 e Uber Eats, 94. Veja os dados completos aqui.

Os consumidores reclamam que os valores debitados no cartão são superiores ao preço correto e que só percebem o golpe após a entrega ter sido feita e o pagamento ter sido efetivado. Questionam ainda que, apesar de reclamarem com a empresa responsável, não conseguem reaver os valores.

Diante da explosão de golpes aplicados na entrega de mercadorias por delivery, o Procon-SP estuda medidas para que as empresas proíbam qualquer tipo de cobrança por cartão no ato da entrega”, avisa Fernando Capez, diretor executivo do Procon-SP. “Como medida de prevenção, o Procon-SP já vem orientando os consumidores a efetuarem os pagamentos de forma online e nunca no momento da entrega, de modo que o contato entre cliente e entregador seja exclusivamente para receber a mercadoria”, explica.

Recentemente foi divulgado pela imprensa um vídeo de uma senhora recebendo uma entrega de comida em casa; sem a consumidora perceber, o entregador filma a frente e o verso do cartão enquanto afirma que está aguardando o sinal para conseguir fazer a cobrança. O entregador também se oferece para iluminar a máquina enquanto a senhora digita a senha. 

Valores reclamados

Os valores reclamados pelos consumidores ultrapassam 1,3 milhão de reais. Até julho deste ano, a soma dos valores foi de mais de 650 mil reais, sendo 289 mil do Ifood, 253 mil do Rappi e 110 mil do UberEats. No mesmo período de 2020, esse valor foi de mais de 695 mil – 437 mil do Ifood, 232 mil do Rappi e 25 mil do UberEats.

Dicas para evitar cair no golpe

  • O consumidor deve estar atento ao receber as entregas dos aplicativos de comida.
  • Conferir o valor da compra e, de preferência, pagar somente no aplicativo.
  • Nunca entregar o cartão.
  • Não utilizar máquina com o visor quebrado ou que não permita a leitura dos dados.
  • Não passar os seus dados por telefone.
  • Desconfiar caso o entregador informe que é necessário pagar algum valor extra.
  • Em caso de dúvida ou ocorrência diferente, deve entrar em contato com o local onde pediu a comida.
  • Se tiver problemas pode registrar sua reclamação no Procon-SP – no site www.procon.sp.gov.br ou aplicativo.


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