Ato simbólico aconteceu em frente a E.E Odair Pacheco Pedroso, onde Rodrigo estava trabalhando presencialmente como coordenador este ano; ele faleceu uma semana após ter os primeiros sintomas da doença.
Professores esticaram faixas em frete a escola Odair em memória de Rodrigo. Foto: Neto Rossi / Cotia e Cia |
Professores da rede estadual que trabalham em Cotia realizaram no final da tarde desta quarta-feira (3) um ato em memória de Rodrigo Andrade, 39, professor e coordenador que foi vitima da Covid-19. Ele morreu na terça-feira (2), uma semana após surgirem os primeiros sintomas da doença.
O ato, que teve apoio da Apeoesp (sindicato dos professores do estado), aconteceu em frente a Escola Estadual Odair Pacheco Pedroso, onde Rodrigo estava trabalhando presencialmente como coordenador este ano. De lá, o grupo formado por mais ou menos 30 pessoas, se locomoveu até a Prefeitura de Cotia, onde encerrou a manifestação.
Além de homenagear o companheiro de trabalho, os professores também criticaram a postura do governo de São Paulo em relação às aulas presenciais. Apenas em Cotia, segundo a Apeoesp, 14 profissionais da educação já testaram positivo para a covid-19 após a retomada presencial.
Professores deixaram flores na entrada da escola Odair, em memória de Rodrigo Andrade. Foto: Neto Rossi / Cotia e Cia |
Matheus Lima, professor e diretor da Apeoesp, disse que um grupo de diretores do estado se reuniu com o secretário de Educação de Cotia, Luciano Corrêa, para que a gestão inserisse a retomada das aulas presenciais da rede estadual no decreto do município. As aulas da rede municipal, que estavam previstas para retornarem nesta segunda-feira (1º), foram suspensas por meio de decreto.
“Esse ato é também para pressionar o governo do estado pelo cancelamento das aulas presenciais e para que o prefeito de Cotia inclua no decreto municipal a rede estadual. Ano passado ele fez isso, mas este ano não fez ainda. Há uma expectativa que nas próximas horas ou nos próximos dias o prefeito possa tomar essa medida”, explicou Matheus.
FASE VERMELHA, ESCOLAS ABERTAS
O governo de São Paulo, por sua vez, colocou todo o estado na fase vermelha da quarentena, considerada a mais restritiva do Plano SP. A medida vai valer da meia-noite deste sábado (6) até o próximo dia 19. No entanto, as escolas estaduais continuarão abertas.
O secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, disse na coletiva desta terça que, como serviço essencial, as unidades escolares da rede estadual estão autorizadas a funcionar sem obrigatoriedade e com foco nos alunos que mais precisam.
"Vamos priorizar os alunos em situação de vulnerabilidade, que necessitam da alimentação escolar ou do apoio tecnológico, que estão com defasagem de aprendizado, sob risco em relação à saúde mental ou cujos responsáveis trabalham no serviço essencial", disse o secretário.
Ele ressaltou que, mesmo em funcionamento, espera uma redução expressiva de pessoas em circulação, com queda de 80% na frequência de alunos e queda de 60% na frequência de funcionários.
"As redes municipais e particulares têm autonomia de fazer seu próprio planejamento, respeitando os limites legais, como receber até 35% dos alunos diariamente", concluiu.
Reportagem de Neto Rossi