Na cidade, os 53 leitos (20 de UTI e 33 de enfermaria) disponíveis no Hospital Regional para tratamento de covid estão lotados; última esperança dos familiares é conseguir uma vaga no Hospital São Camilo, na Granja Viana, em que a prefeitura mantém convênio
Pacientes com Covid-19, internados em unidades de saúde de Cotia e que precisam de leitos de UTI, não estão conseguindo transferência. A Secretaria de Estado da Saúde informou ao Cotia e Cia que os 53 leitos (20 de UTI e 33 de enfermaria) do Hospital Regional de Cotia (HRC), destinados para covid, estão ocupados.
A última esperança dos familiares é conseguir uma vaga no Hospital São Camilo, na Granja Viana, em que a prefeitura mantém convênio com 28 leitos Covid-19 (20 de enfermaria e 8 de UTI). Mesmo assim, a dificuldade é imensa.
O drama vivido por José Moreira de Souza, de 74 anos, internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Atalaia, é um exemplo disso. O paciente já está com os rins comprometidos e precisa de hemodiálise o mais rápido possível. Souza conseguiu uma vaga no São Camilo momentos após a publicação desta reportagem. No entanto, a Secretaria de Saúde de Cotia não respondeu se a unidade realiza esse tipo de tratamento.
Seu João Francisco do Prado, de 71 anos, está enfrentando uma situação parecida com a de Souza. O paciente também encontra-se intubado com 50% dos pulmões comprometidos na UPA do Atalaia desde a última quinta-feira (25). A unidade chegou a pedir transferência para o paciente, mas por falta de vagas no Hospital de Cotia, ele não havia conseguido.
Assim como Souza, momentos após a publicação desta reportagem, a vaga para João Francisco saiu no Hospital São Camilo.
Cotia e Cia solicitou a informação para a Secretaria de Saúde de Cotia sobre a quantidade de leitos ainda disponíveis no São Camilo, mas não houve retorno até o fechamento desta reportagem.
Já a Secretaria de Estado da Saúde informou que a demanda de transferências para casos de Covid-19 cresceu 117% em comparação ao pico da pandemia. “Atualmente, são cerca de 1,5 mil pedidos por dia, contra 690 em junho de 2020, quando foi o auge da primeira onda”, disse.
Já houve, segundo a secretaria, cerca de 190 mil regulações desde março do ano passado. Cerca de 35% das solicitações diárias referem-se a leitos de UTI. “A regulação depende da disponibilidade de leitos e de condição clínica adequada para que o paciente seja deslocado com segurança até o hospital de destino”, completou.
(ESSA REPORTAGEM FOI ATUALIZADA ÀS 14H08 DO DIA 29/03/2021 COM AS INFORMAÇÕES DAS TRANSFERÊNCIAS DOS PACIENTES AQUI APRESENTADOS)
Reportagem de Neto Rossi