Especialista da vigilância sanitária alerta para o risco de contaminação de outras pessoas e para os danos ambientais quando estes itens não são descartados corretamente
Foto: Alexandre Rezende. |
Desde meados do 1º semestre de 2020, os brasileiros são obrigados a usar máscaras fora de suas casas como forma uma das formas de evitar a contaminação pelo coronavírus. E é exatamente deste período para cá que a cooperativa Coopernova Cotia Recicla tem notado a presença de máscaras e luvas entre os recicláveis. Nos últimos meses, o aumento foi bastante expressivo colocando em risco a saúde de quem faz a coleta do material, dos cooperados que o recebem e fazem a separação dos itens.
A responsável pela Cooperativa, Marly Monteiro, disse que teme por sua saúde e dos cooperados. “Isso [luvas e máscaras no material] nos preocupa, porque sabemos que acarreta problemas de saúde e tem risco de contaminação para todos nós e para nossas famílias”, disse. “Tudo vai para o rejeito, mas é uma coisa que não deveria estar ali”, completou.
Consultados, o biólogo Ricardo Cabrera, da Vigilância Sanitária (VISA), e Clóvis Petroni Júnior, coordenador da VISA, ratificaram a preocupação de Marly. “É possível que outra pessoa se contamine durante a manipulação do material contaminado. Além disso, esses profissionais estão expostos a diversos patógenos e devem obrigatoriamente utilizar todos os equipamentos de proteção individual para a atividade. E os cuidados devem ser continuados no retorno para a residência”, alertou Clóvis Petroni.
Ricardo Cabrera falou sobre o descarte correto. “Após o uso, as luvas de procedimento, bem como as máscaras cirúrgicas precisam ser descartadas imediatamente, e sua reutilização não é recomendada. O descarte das luvas deve levar em consideração a questão da biossegurança, pois podem causar danos ao meio ambiente se eliminadas de forma inapropriada, trazendo riscos para o solo e lençóis freáticos”, salientou.
Mesmo com a adoção dos protocolos de segurança no trabalho, não foi possível evitar a contaminação de cooperados. “O primeiro caso foi em junho de 2020. Tomamos os cuidados, mas aconteceu. Não sabemos como e nem onde se contaminaram, mas o fato é que a pandemia mudou muita coisa, inclusive o material que recebemos”, comentou Marly.
O biólogo Ricardo explicou que as máscaras faciais são equipamentos de grande importância atualmente e de uso obrigatório. Contudo, para produzir um efeito preventivo à Covid-19 deve-se respeitar o protocolo de uso. “Segurar a máscara pelas alças, não tocar a parte da frente, orienta-se substituí-la a cada 3-4 horas ou período inferior, puxando pelas alças, e lavá-la imediatamente ou descartá-la em local adequado”, destacou.
Como descartar luvas e máscaras?
- Máscaras, luvas e lenços de papel usados - mesmo que preventivamente - devem ser descartados no lixo do banheiro em sacos resistentes, bem vedados, com 2/3 da capacidade;
- Pessoas com suspeita ou contaminação confirmada devem descartar todos os seus resíduos, incluindo os recicláveis, para a coleta comum. Em sacos resistentes, com 2/3 da capacidade;
- Os sacos devidamente fechados devem ser colocados dentro de um 2º saco, devidamente fechado.
Coleta seletiva
Atualmente, a coleta seletiva em Cotia é realizada em cerca de 12 bairros, 80 condomínios e 95 empresas. Os moradores contam ainda com um Posto de Entrega Voluntária (PEV) em Caucaia do Alto e outros três na região de Cotia e Granja Viana. Por meio de uma parceria entre a Prefeitura e a Enob o material coletado na região de Cotia e Granja Viana é destinado para a Coopernova. Já o material deixado no PEV de Caucaia vai para a Cooper Luxo do Lixo.
PEV Caucaia do Alto: Av. Luiz Sacramento, ao lado da Regional de Caucaia.
PEV Supermercados Pedroso: Av. Prof. Manoel José Pedroso, 340
PEV Pão de Açúcar - (Granja Viana): Rodovia Raposo Tavares, S/N km 23,5
PEV Assaí Cotia: Estr. do Embú, 162 - Jardim Torino
Saiba mais sobre a coleta seletiva em https://www.coopernovacotiarecicla.com/