Grafite gigante está sendo feito na parede lateral de um edifício na rua Dez de Janeiro pela artista Tamikuã Txihi. O trabalho faz parte do 'Festival Paredes Vivas'.
Grafite gigante vem sendo realizado em prédio na rua Dez de Janeiro. Foto: Vras 77 |
Um edifício no centro de Cotia, mais especificamente na rua Dez de Janeiro, está ganhando cores diferentes. Mas não apenas cores. O grafite, realizado pela artista indígena Tamikuã Txihi, representa muito mais que isso: a resistência dos povos originários e o resgate histórico da cidade.
O trabalho faz parte do 'Festival Paredes Vivas', projeto que utiliza a arte urbana como ferramenta de conscientização ambiental e social. Para Tamikuã, a arte é um importante instrumento de protesto, resistência e demarcação de território.
"Estamos aqui em Cotia porque é um território indígena, um território ancestral, que passou por várias gerações e traz hoje a arte em forma de luta. Através da arte, a gente tem conhecimento, tem cultura viva, e essa imagem é a memória viva dos nossos ancestrais, que continua pulsando no coração de cada um", explicou a artista ao Cotia e Cia.
A artista indígena Tamikuã Txihi. Foto: Neto Rossi |
O grafite está sendo feito na empena (parede lateral) do prédio desde quinta-feira (10/12) e tem previsão para ser finalizado daqui a uma semana. O desenho, que retrata uma mulher indígena em conexão com a natureza, segundo Tamikuã, busca a conscientizar as pessoas sobre o momento atual e denunciar a extinção da natureza e dos animais.
"O grafite representa a mãe terra junto com a nossa irmã natureza. Cada árvore e cada animal temos como nossos irmãos, que neste momento estão correndo risco de extinção. Estamos denunciado, através dessa arte, o genocídio, o etnocídio da cultura. A onça pintada está representando essa memória viva; a guerreira indígena representa a resistência. Essa harmonia, entre nós humanos com a natureza. É isso que essa arte representa", revela.
Além de Cotia, o Festival Paredes Vivas já esteve em Piracicaba e Jundiaí e percorre, até dezembro, a capital paulista.
Por Neto Rossi