O momento da ofensa foi registrado em vídeo
Uma estudante de Cotia sofreu ataque racista dentro do metrô da linha amarela, no último dia 21. Ela embarcou junto com o seu pai na estação de Pinheiros da linha 4 amarela e seguiu viagem até a Luz. Mas durante o trajeto, um idoso a ofendeu com palavras racistas e a humilhou diante dos demais passageiros. Veja abaixo o vídeo.
Ao jornalista José Rossi, ela relatou que estava mexendo no celular com um fone de ouvido, mas quando percebeu que este senhor estava falando algo direcionado a ela, foi entender do que se tratava.
“Eu disse que não estava entendendo o que ele dizia. Ele me disse então que eu não entendia porque eu não era daqui. Ele começou a falar que gente da minha cor não deveria estar aqui. Que a gente vem do inferno para roubar o lugar dele”, conta.
O pai da estudante, que estava sentado em outro banco, ao perceber que sua filha estava sendo vítima de racismo, interveio. “Meu pai começou a falar com ele também, ele chamou meu pai de chimpanzé. Falou que a gente vem da puta que o pariu. O pessoal do metrô começou a se irritar. Aí eu comecei a gravar e ele falou que poderia chamar a polícia que ele ia provar que a gente vem do inferno”, disse.
De acordo com ela, as pessoas que estavam no metrô se manifestaram, generalizando a confusão. Mas ao chegar na estação da Luz, esse senhor desceu e a garota não conseguiu encontrá-lo mais. “Me senti completamente humilhada. Eu até chorei depois que a raiva passou. Eu já tinha passado por situações de racismo antes, mas nunca desta forma tão explosiva”, lamenta.
Após ter assistido o vídeo em que a menina foi ofendida, a advogada criminalista Jô Silva disse que o Boletim de Ocorrência deveria ter sido feito na hora. “Eles deveriam ter chamado os seguranças do metrô. Seria prisão em flagrante e esse senhor seria conduzido até a delegacia”, explica.
Segundo ela, não há dúvidas de que se trata de crime de racismo. “Racismo é previsto na lei 7716/89, com penas de até cinco anos de reclusão. Racismo é um crime inafiançável.”
A estudante informou a reportagem que optou por não registrar o Boletim de Ocorrência.
Por: José Rossi Neto