Família fez parada na base da GCM antes de seguir para o hospital.
Há quase duas semanas, Simone Silvério Acácio e o marido, Jefferson Soares dos Reis, do bairro Quinta dos Angicos em Cotia, viram o mundo desmoronar e ser reconstruído. O que seria um almoço da família, se tornou um pesadelo quando a bebê de 7 meses se engasgou com a papinha e chegou a desfalecer. Saíram em busca de socorro com os vizinhos, tentaram desengasgá-la, sem sucesso. A caminho do hospital, pararam na base da GCM, há poucos metros de casa, entregaram a filha nos braços do GCM Antônio da Silva.
O GCM conta que quando avistou o carro e o desespero da mulher pensou se tratar de um assalto, sequestro. “Mas era pior”, definiu. “Quando ela me entregou a bebê já roxa, desfalecida, sem batimento cardíaco dei início à manobra [Heimlich]. Meu pensamento era pedindo a Deus para a criança voltar a respirar”, lembrou o GCM que é conhecido pelo apelido de Malvadeza.
Naquele cenário de desespero a mãe lembra que os minutos se transformaram em horas. “Tudo aconteceu num intervalo de cinco minutos, mas pareceu um dia inteiro pra mim [sic]”, descreveu.
Fazendo a manobra o GCM sentiu em seu braço as primeiras batidas do coração da criança. A garotinha voltou a respirar. “Quando eu a virei, ela vomitou e abriu os olhos comecei a chorar”, emocionou-se Malvadeza. “Somos treinados para proteger a sociedade, salvar vidas, mas nada se compara a salva uma vida desta maneira”, completou.
A garotinha foi levada para o Hospital Regional de Cotia e depois para o Hospital São Francisco. Neste último, passou por diversos exames, ficou um dia na UTI e, para alívio da família, não teve sequelas.
O prefeito Rogério Franco (PSD) comentou o caso e disse que os GCM’s são preparados para lidar com situações de salvamento e que foi uma felicidade saber que o GCM Malvadeza teve sucesso neste atendimento. “Parabéns ao GCM pelo procedimento assertivo, pelo controle emocional para lidar com a situação. Estamos muito felizes em saber que o final foi um sucesso e a criança está bem”, disse o chefe do Executivo.
GCM que salvou menina faz trabalhos internos.
Em abril deste ano, em um dia de folga, o GCM Antônio da Silva, o Malvadeza, estava em sua moto quando foi abordado por criminosos a bordo de duas outras motos. Eles anunciaram o assalto. Houve troca de tiros e o GCM ficou de frente com a morte quando foi alvejado pelas costas. Na ocorrência, um dos assaltantes também foi baleado.Os dias que se sucederam foi de luta pela vida e por sua recuperação. Um dia na UTI, sete dias internados e meses de recuperação. Voltou à corporação recentemente. Ainda afastado das ruas, Malvadeza se dedica a trabalhos internos na corporação. “Nossa vida é uma balança, vamos do céu ao inferno e, depois de tudo que vivi, tive a oportunidade de ajudar a salvar esta vida [da bebê Mônica]. Não dá para descrever”, disse o GCM.