Após manifestação, impasse com reunião marcada e desmarcada com prefeito de Cotia. Sindicato protocola aviso de greve.
Na manhã desta terça-feira (24), os servidores públicos de Cotia realizaram uma manifestação em frente secretaria de educação da cidade, na ocasião os funcionários pediram novamente diálogo com o prefeito da cidade Rogério Franco e após não serem atendidos decretaram greve por tempo indeterminado. A paralisação deve ter início em 72 horas.
A greve foi aprovada durante a assembleia que ocorreu durante a manifestação, no protocolo da decisão o presidente do Sintrasp Antônio Rodrigues dos Santos disse que a categoria continua aberta ao diálogo.
Ontem (23), havia sido agendado uma reunião entre representantes dos servidores e representantes da Prefeitura, entre eles o prefeito Rogério Franco, entretanto um imbróglio fez com que a reunião não acontecesse.
Entenda o porque a reunião não aconteceu:
Na última quinta-feira (19) o SINTRASP protocolou um pedido de reunião com Franco na segunda-feira a tarde, no documento havia sido indicado oito funcionários públicos para participar da negociação, a reunião era uma recomendação do tribunal de justiça de SP para que ambas as partes fechassem um acordo para não haver greve e prejuízo aos munícipes.
Em resposta ao pedido de reunião a Prefeitura de Cotia exigiu escolher metade dos funcionários públicos que iriam participar do encontro. Com o entrave o SINTRASP informou a prefeitura ontem de manhã que não aceitava tal mudança das pessoas no qual iriam negociar. Após receber a informação Rogério Franco prosseguiu com seus compromissos e participou no período da tarde de formatura dos cursos de geração de emprego e renda da Secretaria de Desenvolvimento Social.
Por volta das 14 horas, o sindicato protocolou novamente o pedido de reunião reafirmando que estariam presentes com os oito funcionários escolhidos inicialmente. Com o impasse a reunião não ocorreu.
O que diz a Prefeitura:
O presidente do Sintrasp entrou em contato com o Secretário de Governo por telefone para dizer que o sindicato não concordava com o ofício da Prefeitura e, portanto, a reunião seria desmarcada.Ocorre que, às 13h45 desta segunda, o Sintrasp protocolou novo ofício contrariando o que havia sido dito de manhã e informando que o presidente do Sindicato estaria presente às 15h, juntamente com os servidores inicialmente indicados. Porém, em função do cancelamento da reunião por parte do sindicato (anunciado no período da manhã), e sem tempo hábil para remanejamento da agenda, a reunião não aconteceu.
Entenda as reivindicações dos funcionários
No último mês, a câmara de Cotia aprovou três projetos de lei complementar enviadas pelo prefeito Rogério Franco (PSD), tais projetos alteram a previdência do setor público para os cargos de defesa civil, agentes de trânsito, guardas municipais e magistérios.Na prática as PLCs alteram os planos de carreiras e retira gratificações dos profissionais, outro fator apresentado nas leis está a obrigatoriedade de curso superior para os cargos de Agentes de trânsito, defesa civil e guarda civil. Já para o magistério, para que haja promoções os profissionais devem comprovar cursos de aperfeiçoamento.
Para o presidente do SINTRASP, Antônio Rodrigues dos Santos a votação aconteceu no calar da noite.“Mais uma vez estamos lidando com uma atitude na calada da noite por parte da Prefeitura e da Câmara Municipal. Mas o Sintrasp está atento e vamos agir contra essa nova tentativa de retrocesso. Aguardamos a presença maciça da categoria para fazermos forte pressão” disse.
Acesse os textos das leis:
CLIQUE AQUI E VEJA O PLC 12/2018 (AGENTES DE TRÂNSITO E DEFESA CIVIL)
CLIQUE AQUI E VEJA O PLC 13/2018 (GCM)
CLIQUE AQUI E VEJA O PLC 14/2018 (MAGISTÉRIO)
A Prefeitura de Cotia disse em nota que as propostas foram necessárias para atender exigências legais e assegurar o equilíbrio financeiro do município, ainda segundo a Prefeitura os ajustes priorizam a revisão dos critérios para concessão de benefícios, a fim de garantir a valorização dos servidores públicos municipais e o estabelecimento de requisitos que dêem oportunidades iguais a todos os profissionais, não houve supressão de direitos, logo, os direitos adquiridos estão mantidos e serão respeitados.