Por: João Silva
Estado assume sua incompetência de oferecer programas educativos atraentes e efetivos aos jovens.
É o governo dizendo à sociedade que não é capaz de instituir programas formativos decentes para que as crianças não passem da inocência a delinquência ao longo de poucos anos. Veja uma criança em uma escola de educação infantil (até os seis anos de idade) e depois veja-a novamente na transição do ensino fundamental 1 ao 2. Quantos anos isso durou? Quatro? Cinco?.... Em que momento se perdeu essa criança?
A redução é o Estado dizer: "eu vacilei" o vacilo se deu quando não se valorizou o professor, quando não deu formação decente ao professor. É quando este percebe que um profissional com formação universitária equivalente, mas que atua em outra área tem salários superiores ao deles.
Quando ele percebe também que na escola onde trabalha não tem segurança, não há respeito por parte dos pais, dos gestores, onde os valores foram invertidos de forma quase que irreversível. Reduzir e punir é fácil. Difícil é pensar que para uma criança não se tornar bandida ela precisa ser enxergada, tratada como gente.
Mas isso se requer também que se trate como gente também aqueles e aquelas que se dedicam ao árduo ofício de ensinar. É preciso reduzir sim, mas o grau de incompetência de nossos governantes.
Evidente que algo urgente precisa ser feito por conta daqueles que já se perderam, mas é preciso que enquanto sociedade pensemos em propostas de longo tempo pelo bem das crianças que ainda estão nas escolinhas e trazem consigo um olhar de inocência e encanto pela vida.
Sinceramente, só vejo saída na valorização dos educadores, nos programas efetivos de escolarização e educação veja, por exemplo, um simples aprender tocar violão é muitas vezes uma porta de entrada para que um adolescente perceba que a vida é muito mais do que apenas respirar.