Em Caucaia ainda tinha combustível até hoje pela manhã. |
Por volta das 8h20 desta terça-feira, o Sindicam (Sindicato dos Transportadores Autônomos de Bens do Estado de SP) informou que ainda não foi notificada pela Justiça sobre a liminar concedida pelo Tribunal de Justiça nesta terça-feira (6), que determina o abastecimento aos postos. De acordo com o vice-presidente do sindicato, Claudinei Pelegrini, assim que for informado, eles irão acatar a decisão judicial.
- Nós convocaremos uma assembleia para que os caminhoneiros decidam se irão ou não continuar com a greve. Eles que começaram a greve, eles que tem que decidir.
A prefeitura também pediu à Justiça que aplicasse multa diária de R$ 1 milhão aos sindicatos, caso a greve continue.
No terceiro dia da greve, os frentistas aproveitaram para lavar os postos de gasolina por causa da falta de combustíveis. O fato foi registrado pelo R7 em um posto da avenida Voluntários da Pátria, na altura do número 33, na zona norte de São Paulo. No local, sete frentistas estavam com rodos e mangueiras nas mãos para fazer a limpeza. Segundo um dos funcionários, não tem nem gás nem álcool nem diesel nem gasolina.
- Hoje só deu para abastecer os últimos R$ 4.
Na avenida Professor Cellestino Bourrol, na altura do número 34, os combustíveis acabaram ainda na noite e terça-feira (6). Uma frentista também aproveitou para fazer a limpeza do local.
- Não tem nada, estamos aproveitando para lavar.
Os poucos postos que ainda tinham algum combustível registravam filas na manhã desta quarta-feira, como um que fica na pista local da marginal Tietê, perto da ponte da Freguesia do Ó. Pelo menos 15 carros se enfileiravam para encher os tanques. No estabelecimento, havia apenas 11 mil litros de gasolina.
O motorista Marco Antônio Cruz, que vai pegar a estrada ainda nesta quarta, abasteceu R$ 55 e pediu chorinho para os frentistas.
- Pode por o chorinho. Estou com medo de acabar mesmo, não dá para parar na estrada.
Na avenida Marques de São Vicente, na zona oeste da capital, os frentistas afirmaram que só tem 7.000 litros para atender a demanda dos motoristas. Segundo eles, como na há previsão de abastecimento das bombas, a quantidade restante não deve durar até amanhã.
Abuso nos preços
O aumento no preço dos combustíveis em alguns postos de São Paulo, provocado pela paralisação dos caminhões distribuidores de combustíveis em protesto pelas restrições de circulação na capital, é uma prática abusiva, segundo o Procon-SP (Fundação Procon de São Paulo). Elevar o preço de produtos ou serviços, sem justa causa, é crime, conforme a entidade.
O Procon orienta o consumidor para que, ao abastecer o veículo, exija a nota fiscal e denuncie o posto que tiver elevado o preço do combustível. Na capital, a denúncia pode ser feita pelo telefone 151. O diretor executivo do Procon-SP, Paulo Arthur Góes, informou que as denúncias vão ser investigadas pelo órgão, podendo gerar multas que variam entre R$ 400 e R$ 6 milhões.
Por meio de nota, o Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo) disse ter conhecimento sobre o aumento de preços na venda dos combustíveis “muito acima do normal e razoável”. Segundo a Proco, o aumento abusivos de preços, em razão desse tipo de situação, podem caracterizar, segundo a legislação brasileira, crime contra a ordem econômica e as relações de consumo.
*da redação com R7